Superstições de Ano Novo: você acredita e pratica ... ou não?

Superstições de Ano Novo: você acredita e pratica ... ou não?

Posted by Roberta Ortolan - Magic Gourmet on 30.12.21 in ano novo, cultura, doze badaladas, gastronomia, mais, meia-noite, origem, rituais, superstições, tradições de ano novo,

 

Fonte: Mulher na Real

Então, estamos a pouco mais de 24 horas para a entrada do novo ano. Algumas pessoas não passam do dia 31 de dezembro para 1 de janeiro sem deixar de seguir algumas superstições.

No fundo, no fundo, até o mais cético, que diz não ter superstição nenhuma, que não segue (ou não tem) ritual nenhum, sempre deseja que para o ano novo haja saúde, prosperidade, abundância, fartura, sucesso, amor e etc. 

O fato de desejar, dizer, pensar, emanar com intenção, já é um ritual porque está vibrando na mesma sintonia em que o mundo todo está desejando, dizendo, pensando ou emanando as mesmas coisas (claro, não levando em conta o fuso horário).

Fonte: Instituto da Cura

Se a gente juntar a energia das nossas intenções com a vibração energética dos alimentos e das cores, por exemplo, podemos dar um empurrãozinho na conspiração com o Universo. 

Sim, eu tenho minhas superstições e os meus rituais de Ano Novo. Mas antes de contar para você, vamos voltar um pouquinho no tempo para conhecer como começaram as celebrações de Ano Novo?

Origem das Tradições de Ano Novo

Civilizações em todo o mundo celebram o início de cada novo ano há pelo menos quatro milênios. Hoje, a maioria das festividades de ano novo começa em 31 de dezembro (véspera de ano novo), o último dia do calendário gregoriano, e continua até as primeiras horas de 1º de janeiro (dia de ano novo). 

As tradições comuns incluem ir a festas, comer comidas especiais de Ano Novo, tomar decisões para o ano novo e assistir a exibições de fogos de artifício.

As primeiras celebrações registradas de ano novo remontam a antiga Babilônia, há, mais ou menos, 4.000 anos. Para os babilônios, a primeira lua nova após o equinócio vernal - o dia no final de março com uma quantidade igual de luz do sol e escuridão - anunciava o início de um novo ano.

Akitu era o festival religioso de Ano Novo da Babilônia, que envolvia um ritual diferente em cada um de seus 11 dias. A festividade também era uma celebração em homenagem ao deus supremo Marduk, seu príncipe herdeiro Nabû e outros deuses.

Fonte: Oldest Stories/SBS/Ensinar História

No terceiro milênio AEC (Antes da Era Comum - Era Comum é o período que mede o tempo a partir do primeiro ano do calendário gregoriano, ou seja, o nosso calendário atual), a população suméria da Mesopotâmia celebrou o festival da semeadura da cevada, o á-ki-ti-še-gur-ku.

Foi comemorado no primeiro mês do ano, por volta de março ou abril. No calendário babilônico, este mês era conhecido como nisanu (o calendário judaico moderno ainda é chamado de nisã). Como o festival era celebrado nos primeiros dias do ano babilônico, era chamado de rêš šattim, que significa 'início de ano'.

O Ano Novo está ligado às antigas celebrações pagãs. Muitas de nossas tradições modernas foram passadas desde os antigos. As celebrações romanas, por exemplo, eram regadas com bastante bebida (vinho, né!?). Da mesma maneira que aquele beijo à meia-noite também é herança romana.

Nas tradições nórdicas, as celebrações do Yule terminavam por volta do ano novo. As últimas festas do Solstício de Inverno foram enormes. Enquanto as antigas sociedades egípcias e gregas desfilavam com um bebê para simbolizar o início do ano novo. 

Por que 1 de janeiro tornou-se o dia de Ano Novo? 

O calendário romano inicial consistia em 10 meses e 304 dias, com cada novo ano começando no equinócio vernal. Esse calendário foi criado por Rômulo, fundador de Roma, século VIII a.C. Numa Pompílio, rei posterior, adicionou os meses de Januarius e Februárius. 

Com o passar dos séculos, perceberam que o calendário não estava em sincronia com o sol e, em XLVI a.C. (ano 46), o imperador Júlio César resolveu o problema após consultar astrônomos e matemáticos mais proeminentes da época: foi introduzido o calendário juliano (muito parecido com o gregoriano).

O imperador instituiu o dia 1 de janeiro como o primeiro dia do ano em homenagem ao deus romano dos primórdios, Janus, cujas duas faces permitiam olhar tanto para o passado quanto para o futuro.

Fonte: Duas ou Três Coisas

Os romanos celebravam oferecendo sacríficios a Janus, trocando presentes entre eles, decorando suas casas com ramos de louro e participando de festas 'barulhentas'. 

Na Europa medieval, os líderes cristãos substituíram temporiariamente o dia 1 de janeiro como o primeiro do ano por dias de maior significado religioso, como o 25 de dezembro (nascimento de Jesus) e 25 de março (festa da Anunciação). 

O papa Gregório XIII restabeleceu o 1º de janeiro como o dia de Ano Novo em 1582.

Superstições e rituais de Ano Novo

Aproveitando que estamos na Lua Minguante, ainda, e que no artigo passado eu falei que nesse período de Solstício de Inverno era um bom momento para reflexões, reencontrar as esperanças, de desapegar do passado e do que está desgastado e em desuso. Também para renovar as energias e renascer para o próximo ciclo. Lembra?

Sabe aquela mega blaster ultra super faxina power ranger da NASA que tem que fazer pelo menos uma vez por mês? 

Aqueles papéis que estão acumulados na bolsa, nas gavetas? 

As roupas que não usa mais, os e-mails desde 1999 que estão na caixa de entrada e que você não se desfez de ambos por preguiça? 

E os "tapauérs" (Tupperware) que estão desparcerados: tampa sem a base e base sem a tampa?

ENTÃO, ESSA É A HORA. COLOQUE AS COISAS EM ORDEM ANTES DO DIA 31 ACABAR!!! SE DESFAÇA DO VELHO PARA  NOVO APARECER. SIMPLES, NÃO É?!

Abra as portas e as janelas, abra espaço nas gavetas e nos armários, deixe entrar o vento e a luz, deixe a energia fuir. Afinal, ninguém quer um novo ano bagunçado, sujo, empacado, sem encaixe e desparelhado.

Fonte: The Shoppers/Administradores

Definir metas para o Ano Novo

Antes de poder manifestar um ano novo incrível, você precisa saber o que quer. Escreva em um caderno ou diário as coisas que você mais gostou no ano que passou, as que não gostou e as novas coisas que deseja (ter, ver, acontecer, realizar, concretizar) no próximo ano.

Anotar tudo pode ajudar a decidir se seus objetivos são realmente bons para você. Antes do ano novo, passe algum tempo considerando os prós e os contras de seus objetivos. Repita-os se for necessário.

Entre na virada do ano com metas perfeitas que farão com que o próximo ano seja duas vezes melhor que o anterior.

Como eu disse, esse é um momento de reflexão!

Antes e durante as 12 badaladas...

Dizem que na noite de Ano Novo deve-se usar uma roupa nova para vir renovação, além disso, para uma boa segurança financeira, não vista roupa descosturada, rasgada, apertada ou faltando botão. Ou seja, ninguém quer passar por apertos financeiros ou falta de dinheiro.

Fonte: Catraca Livre/ Depositphotos/Pinterest

Há quem acredita que cada cor tem seu significado e poder de atração. Por exemplo: 

• Branca: paz e purificação,
• Amarela ou dourado: dinheiro,
• Cor de rosa: amor, romance, 
• Prata: inovação, 
• Verde: esperança e saúde, 
• Vermelho: paixão, desejos intensos e boas energias, 
• Azul: tranquilidade, paciência, boa comunicação e bem-estar, 
• Laranja: ousadia, energia e criatividade, 
• Roxo: intuição e renovação.
  

Capricha no look! Se quiser tudo isso, use roupa íntima e acessórios coloridos, já que o branco é cor neutra e combina com tudo!

Pular as 7 ondas e Iemanjá: o mar para os gregos tem o poder de renovar a energia espiritual. 7 é um número espiritual, que ao pular as 7 ondas, invoca Imenjá para dar forças e pular os osbtáculos do novo ano. Ao colocar as oferendas para Iemanjá no mar, significa que você quer que todos os problemas sejam levados para o fundo do mar e que o retorno das ondas tragam sorte para o novo ano. Essa tradição é herança dos africanos, sabia?

Fonte: Bons Fluidos/Guia da Semana

Quer que a vida financeira melhore? Dinheiro no bolso e no sapato! De acordo com os orientais, a energia do corpo entra pelos pés, por isso, antes da virada, coloque uma nota no bolso e uma no sapato. 

Além disso, frutos secos ou cristalizados, como o pêssego, figo e avelã, também significam fortuna, sorte e fartura. 

Fonte: Where to Get/Sonho Astral/Evasões

Uvas (para os brasileiros) e uvas passas (para os europeus) têm o mesmo significado. Diz que é para comer 12 delas, com um pedido para cada mês. Para quem optar pela uva, deve-se guardar as sementes na carteira durante o ano todo para atrair dinheiro e prosperidade.

Parece que a tradição começou na Espanha, no final do século XIX. "Os espanhóis começaram a se reunir e a comer passas em vez de uvas em protesto contra uma taxa criada pelo município para quem queria celebrar o Dia dos Reis Magos antes do tempo (na altura não se celebrava o ano novo no dia 31 de dezembro, mas sim o Dia de Reis a 5 de janeiro). O protesto tornou-se uma tradição, a ponto de hoje muitas pessoas só comprarem pacotes de passas para comerem na passagem de ano" (Revista Evasões). 

Já que acabei de mencionar uva, não posso esquecer do espumante, que é um vinho com as borbulhas mais deliciosas. Como passar as doze badaladas sem um desse na mão? Praticamente impossível! 

Na religião cristã, o vinho significa sabedoria e vida e por ser feito de uvas, acredita-se que a bebida traz sorte e prosperidade. E que bebê-la em copo cristal purifica as energias espirituais. Ah! O tilintar das taças na hora do brinde, afasta as energias negativas.

Fonte: Sapolifestyle/Istockphoto/Guia da Semana

Para quem sonha com a maternidade, a romã representa a fertilidade e prosperidade por ter várias sementes. Então, segure 3 sementes nos dentes à meia-noite mentalizando o seu desejo e depois guarde consigo o ano todo.  

Quer subir na vida, ter a promoção tão esperada, melhorar a situação financeira ou alavancar seus negócios? A superstição diz que subir numa cadeira, com o pé direito e dinheiro na mão, garante sorte e prosperidade. Ah! Pular 3 vezes com o pé direito também surte o mesmo efeito.

Os fogos de artifício não são apenas para celebrar a entrada do novo ano. Segundo as tradições pagãs e orientais, o barulho afasta os maus espíritos do ano anterior. Parece que no sul de Portugal, é comum ouvir panelas batendo à meia-noite. Então, já sabe: é só abrir a janela e bater as panelas, usar apitos, gritar alegremente ou qualquer coisa que faça barulho. Quem sabe não espantamos o vírus e a pandemia para outro planeta? 

Fonte: HH Magazine/Eurodicas

Essa daqui é interessante e que também podemos fazer: na Colômbia e México, parece que é tradição, à meia-noite, caminhar ao redor da casa ou pelo quarteirão com uma mala na mão. Isso atrai muitas viagens (ou mudanças) para o próximo ano.

Superstições gastronômicas

Em muitos países, as pessoas costumam desfrutar de refeições consideradas como boa sorte para o ano seguinte. Como vimos, o consumo de 12 uvas na Espanha (e em outros países como Portugal e Brasil).

Em várias partes do mundo, os pratos tradicionais de Ano Novo apresentam leguminosas por acreditar que a semelhança com as moedas anunciam o sucesso financeiro futuro, como, por exemplo, lentilhas na Itália e no Brasil, feijão-fradinho nos Estados Unidos. 

Os porcos representam progresso e prosperidade em outras culturas e pratos com sua carne aparece em Cuba, Brasil, Áustria, Hungria, Portugal, entre outros países.

Bolos e pastéis em forma de anel, é sinal de que o ciclo do ano se fechou e completam a festa na Holanda, México, Grécia e outros lugares.

Enquanto isso, na Suécia e Noruega, o pudim de arroz com uma amêndoa escondida em seu interior é servido na ceia de Ano Novo. Dizem que a pessoa que encontrar a noz, pode esperar 12 meses de boa sorte.

Fonte: Tudo Gostoso/Utilplast Blog/Casa e Jardim/Iguaria! Receita e Culinária

Eu cresci com uma ceia de Ano Novo também cheia de rituais. Se no Natal come-se as aves, no Ano Novo estas ficam para depois do dia 1 de janeiro. Pois os supersticiosos dizem que as aves ciscam para trás e ninguém quer atraso ou retrocesso na vida para o próximo ano.

Por isso a comida se baseia em carnes de porco (porque é um animal que usa o focinho para frente, representando progresso), muitos vegetais, frutos do mar e peixes (seu movimento é sempre para frente). 

A lentilha (como salada ou cozida) significa prosperidade e abundância, esta nunca falta na mesa do brasileiro. "Algumas pessoas associam o formato, redondo e achatado, com o de uma moeda e assim depositam esperança em maiores ganhos financeiros consumindo a leguminosa na noite da virada" (Orla Rio). 

Os meus rituais de Ano Novo

Fonte: Jetss/Meu Anjo

Eu mesma faço os meus rituais de Ano Novo, um deles é escrever em um papel os meus agradecimentos pelo ano que passou e pedir as coisas que eu quero que se realizem no próximo ano.

Após a virada, eu queimo o papel com a chama da vela que decora a mesa da ceia e deixo que a fumaça eleve aos céus a minha gratidão e meus pedidos. As poucas cinzas que restaram, deposito ao pé de uma árvore muito bonita. No ano passado, eu queimei na lareira junto com um tronco de madeira (leia o artigo sobre o Solsíticio de Inverno para saber o significado do tronco de madeira).

Teve uma outra coisa que fiz durante muitos anos junto com o ritual do papel: pintava uma unha de cada cor para atrair tudo o que eu queria e usava a roupa nova na virada de ano para chamar novidades para os próximos 365 dias.

Tudo o que você fizer, faça com intenção, com o desejo do fundo do seu coração. Nada substitui a nossa energia e a vibração que ela emana para o universo. Mas não se esqueça das boas intenções, porque existe a lei do retorno. 

Nós vamos colher o frutos obrigatoriamente, entretanto, temos o livre arbítrio para escolhermos as sementes. Se forem sementes boas, a colheita será boa. Se forem ruins, a colheita será ruim também. Tudo o que fazemos, volta para nós. Seja consciente.

E você, me conta quais são seus rituais e superstições de Ano Novo?

Antes que eu me esqueça, que seu Ano Novo seja repleto de boas vibrações, alegrias, paz, saúde, harmonia, dinheiro, grandes conquistas e realizações.  

FELIZ 2022!!!

 

Fontes: Livius.org; Eclectic Witchcraft; Evasões; Guia da Semana; Orla Rio

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EXTRA! EXTRA! Festival Gastronómico na Serra da Lousã! (Revista Vitae)

EXTRA! EXTRA! Festival Gastronómico na Serra da Lousã! (Revista Vitae)

Posted by Roberta Ortolan - Magic Gourmet on 6.11.21 in eventos, festival, gastronomia, lousã, mais, música, revista vitae, vinhos,

Observação: Escrevi este artigo para a Revista Vitae em novembro de 2021. Por qualquer motivo, em 2023, a revista já não se encontra mais online, então, para não perder o conteúdo e manter meu portfólio (salvo em PDF), postei aqui. Qualquer dúvida, por gentileza, entre em contacto. Boa leitura!

 

Esse festival é para... 

...os enófilos, enólogos, sommeliers, gastrônomos, foodies, entusiastas e curiosos de plantão: haverá nos dias 12 e 13 de novembro o Wine & Food no Palácio da Lousã Boutique Hotel. É um Festival Gastronómico, organizado pelo próprio hotel, regado à música, comes e bebes.

Durante os dois dias de evento, a Serra da Lousã recepcionará, além de você, nosso leitor, produtores de vinhos de diversas regiões, chefs de cozinha e sommelier profissionais.

Como será?

No dia 12, sexta-feira, os participantes do evento poderão desfrutar das provas de vinhos, as quais serão ministradas e comentadas pelos próprios produtores. Logo após, ocorrerá um jantar de degustação, preparados pelos chefs convidados, ou seja, a quatro mãos.

No dia 13, sábado, além da prova comentada com os produtores de vinho e do jantar com os chefs, haverá workshop com o sommelier convidado.

Ingressos

• 10€ por pessoa – com direito a copo, bloco de notas e lápis, mais a participação em workshop e provas de vinhos.
• 40€ por pessoa – com direito à participação no jantar de degustação.

Mas o que há na Serra da Lousã?

Para quem gosta de respirar ar puro e estar em contato com a natureza em sua essência, a Serra da Lousã é um colírio para os olhos e um bálsamo para quem quer sincronizar alma e espírito, além de poder praticar os desportos de aventura e visitar locais naturais, por exemplo:

• Tours e percursos pela Serra;
• Caminhadas;
• Praticar o ciclismo de montanha;
• Participar de geocaching (atividade ao ar livre como se fosse caçar o tesouro através de coordenadas GPS);
• Escalada;
• Piqueniques;
• Observar a vida animal em seu habitat natural, como javalis e veados.
• Conhecer as Aldeias de Xisto, o Castelo da Lousã, a Cascata Pedra da Ferida, Aldeia e Cascata de Candal, Praias fluviais: Senhora da Piedade e Bogueira, Passadiços e Cascata de Ribeira de Quelhas, Passadiços e praia fluvial de Fragas de São Simão,
• Praia fluvial e trilhos da Barragem de Santa Luzia; entre outros.

"Em 1995 deu-se início ao plano de reintrodução de cervídeos na Serra da Lousã. Estima-se que, atualmente, habitem aquele território mais de 3.000 animais em estado selvagem." – Retirado do site do hotel.

Assista o vídeo e veja que lugar incrível:

História e lenda da Lousã

Tudo indica que a presença do homem na região ocorreu no período dos romanos, quando as tropas imperiais haviam dominado toda a Península Ibérica.

Os vestígios podem ser vistos em “cipos* funerários, telhas, tijolos, utensílios de vidro e metal, moedas, (…) e até restos de calçada que, em diversos pontos do concelho, foram encontrados sobretudo nas proximidades ou mesmo já dentro dos perímetros urbanos da Lousã e de Serpins” (Retirado do site da Câmara Municipal da Lousã).

*Cipo é um termo romano que significa ‘estaca ‘ ou ‘poste’. Na arquitetura, é um pedestal redondo ou quadrangular de estatura baixa muito usado por militares, marcar fronteiras, etc.

Contudo, há falta de testemunhos materiais e documentais sobre o Império Romano devido à invasão dos germânicos na região e tanto a civilização quanto a cultura romana foram sendo apagadas com o tempo na cidade imperial e nas províncias.

No site da Câmara Municipal da Lousã conta que em 943...

"...um contrato realizado entre Zuleima Abaiud e o Abade Mestúlio do Mosteiro de Lorvão onde, pela primeira vez, nos aparece o topónimo ARAUZ que designa a povoação mais importante dessa altura em toda a região, localizava-se junto ao morro onde se levantaria mais tarde o Castelo de Arouce.

Lembremos que Coimbra era, nesse tempo, bem como seria ainda nos dois séculos seguintes, um importantíssimo centro moçárabe, com uma cultura viva e uma atividade económica bem mais desenvolvida que a das outras povoações a norte do atual território português.

Só com a pacificação do Vale do Mondego, já no século XI, é que o desenvolvimento da bacia da Lousã deve ter ocorrido, quando as gentes já não necessitavam de estar constantemente à sombra dos muros do Castelo para, rapidamente, se albergarem e refugiarem, ora do fossado vindo do norte, ora da algarada vinda do Sul.

Ao alvazil D. Sesnando ficamos a dever não só a pacificação do território e a sua defesa, mas também e principalmente a sua profunda reorganização, na qual se incluiu a construção ou reconstrução de diversos castelos, como o de Coimbra, e ainda os de Montemor-o-Velho, Penela, Penacova e naturalmente o da Lousã/Arouce".

Já a lenda conta que Lousã teve origem durante a dominação muçulmana, quando Arunce, um rei ou um emir (príncipe ou chefe árabe), construiu o castelo para proteger sua filha Peralta durante o tempo em que estivesse ausente, em jornada pelo Norte da África.

O Palácio da Lousã

Como tudo em Portugal tem história, com este imóvel não poderia ser diferente. Primeiro de tudo ele está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 19 de fevereiro de 2002.

Antes de se tornar o primeiro hotel boutique de quatro estrelas do país, já foi chamado de Palácio dos Salazares e Palácio da Viscondessa do Espinhal. Quem construiu o edifício foi o pai da Viscondessa, o desembargador Bernardo Salazar de Eça e Alarcão.

Até hoje mantém-se o caráter histórico de arquitetura brasonada do final do século XVIII e início do século XIX, harmonia das formas, o gosto clássico, o requinte e a tradição do período neoclássico.

As Invasões Francesas também contribuíram para a história desse edifício. De acordo com as pesquisas em Meliá Palácio da Lousã,

““Sabe-se que o Marechal Massena, comandante das tropas napoleónicas, se instalara nesta casa, na altura pertencente ao pai da Viscondessa. A 16 de Março de 1811, as tropas comandadas pelo Marechal Ney instaladas na margem esquerda do rio Ceira, receberam um inesperado ataque nocturno da vanguarda das tropas anglo-lusas e precipitaram-se em pânico pela estreita ponte medieval e por um vau, tendo sido derrotados.

Entretanto, Massena, preparava-se para jantar, mas ao receber a notícia do desastre na Batalha de Foz de Arouce, fugiu precipitadamente. Pouco depois, o Duque de Wellington entrava triunfante na Lousã, e sentando-se à mesa que Massena abandonara, pôde saborear com redobrado gosto o jantar que tinha sido preparado para o inimigo…” (Nelson Correia Borges em “Coimbra e Região, adaptado”). Neste dia, o Duque de Wellington escreveu um relatório de sucessos que está na história da campanha”.

Atividades no hotel

Para quem quer se hospedar no hotel, pode contar com as atividades e experiências que o mesmo oferece:

• Desintoxicar corpo e mente;
• Piquenique a dois no Baloiço da Lousã;
• Um dia na Quinta;
• Artes e ofícios serranos;
• Jantar às cegas;
• Visita ao apiário;
• Mundo do circo;
• Caminhada ao anoitecer;
• No moinho do Moleiro, entre outros.

Clique aqui para ficar por dentro de todas as experiências e para saber a agenda com a programação completa, incluindo passeio de bicicleta, degustação de vinho, etc.

Em tempo…

Se depois de todas esTas informações você quiser passar o fim de semana do Festival Gastronómico Wine & Food hospedado no Palácio, eles oferecem um pacote que inclui quarto duplo (para duas pessoas), duas noites, pequeno almoço, e a participação na programação completa do evento (provas comentadas, workshops e jantares de degustação). Mas atenção, a disponibilidade dos quartos é limitada.

Para Nuno Sequeira, diretor geral do Palácio da Lousã Boutique Hotel, o intuito é mostrar, não só aos clientes como para o público em geral, o melhor da gastronomia local através de eventos e experiências variadas. Por isso, já existe programação gastronómica agendada até dezembro, veja só:

• 17/11 – Jantar da Floresta;
• 20/11 – Showcooking à Lareira;
• 04/12 – Jantar com Fado de Coimbra;
• 11/12 – Showcooking à Lareira;
• 18/12 – Jantar Vínico – Terras do Sicó

Para mais informações sobre o Festival Gastronómico e ingressos: info@palaciodalousa.com .

No site da Câmara Municipal de Lousã, você encontra mais informações sobre o turismo na região, como hospedagens, restaurantes e passeios.

Não dá para perder, não é mesmo?!

Fontes: Palácio da Lousã Boutique Hotel; Câmara Municipal da Lousã; Meliá Palácio da Lousã; Patrimônio Cultural; Região de Coimbra

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Restaurante Cais da Villa

Restaurante Cais da Villa

Posted by Roberta Ortolan - Magic Gourmet on 27.10.21 in Cais da Villa, gastronomia, guia michelin, magic gourmet, norte português, novas experiências, portugal, restaurantes, vila real,

 

O cais mais chique 'da' Vila...Real. 

Depois de 4 anos morando aqui, sempre tinha ouvido falar sobre esse restaurante, entretanto, a vida de estudante não permitia o investimento financeiro aos comes e bebes do estabelecimento. 

Sim, Vila Real é movida pela Universidade. São mais de 7.000 novos alunos que chegam anualmente para estudarem aqui. Durante a pandemia, virou uma cidade fantasma. Sem praxes e festas acadêmicas, sem agito, sem nada. 

Todavia, eu tenho que admitir, os universitários sacodem tudo e levantam a poeira. Portanto, o público-alvo do Cais da Villa não é voltado para eles.

É realmente um restaurante caro para o interior do Norte de Portugal. Talvez se estivesse em uma cidade mais cosmopolita e turística como Lisboa, Porto, Coimbra ... daria para entender, mas em VR? 

Enfim, eu fui!

O Cais da Villa está situado na estação ferroviária, em um antigo edifício histórico com mais de 100 anos: "Neste espaço de ambiente informal funciona o restaurante à carta, o wine bar com serviço de tapas e bifes, a garrafeira e uma esplanada, para os dias com sol. Desde novembro de 2011. Com o Douro e a gastronomia de região transmonstana como referência".

Enfim, eu fui e estou aqui para ser bem honesta em tudo, porque, claro, eu reparei nos mínimos detalhes. A referência que veio à cabeça foi a dos restaurantes de São Paulo, tipo o Café Journal em Moema, sabe? Ou seja, nem tão chique nem tão simples, clima acolhedor, e com muita ênfase vínica. A diferença entre um e outro é que lá, tem o mundo todo dentro de uma senhora adega e a relação custo x benefício é ótima. Aqui não.

(Agora que me dei conta que nunca escrevi sobre o Café Journal enquanto estava no Brasil!).

O restaurante

É bonito. Eles realmente se preocuparam em manter um ambiente formal ocasional. Como há vários eventos periodicamente, o seu interior se adapta facilmente com todos os temas que quiserem abordar, por exemplo: Dia dos Namorados, Halloween, Natal, Ano Novo, workshops, etc. Espia:

 

A diferença entre almoço e jantar...

...está no preço, no cardápio e no empratamento. O jantar, igualmente aos almoços nos feriados e finais de semana, é "a la carte" e os pratos são bem diferentes dos que são servidos nos almoços executivos.

O almoço durante a semana é executivo, ou seja, bem mais simples e inclui entrada, prato principal, sobremesa e água por um único preço. Café e qualquer outra bebida são cobradas à parte. É claro que se você quiser pedir outro prato do cardápio, será cobrado o valor normal. 

Em relação às alergias e intolerâncias alimentares, o menu apresenta ícones que indicam a composição dos pratos, como lactose, glúten, soja e etc. 

A minha experiência foi num almoço em plena sexta-feira e, já pensando em escrevê-la aqui no MG, baixei o menu executivo (que por causa da pandemia você tem acesso através de um QRCode em seu próprio smartphone). São 3 opções e você escolhe uma de cada. Esse menu muda semanalmente, vamos à ele:

• Entrada: Creme de legumes, Salada mista, Sopa de cenoura e funcho e Cogumelos paris recheados.
• Prato principal: Peixe: Petinga frita com arroz de tomate, Filete de pescada escalfado em crosta de legumes salteados e cake de batata; ou Carne: Caril de frango com arroz de citrinos, Ragout maronês com puré de batata; ou Vegetariano: Caril de legumes com arroz de citrinos, Ragout de legumes com cake de batata.
• Sobremesa: Folhado russo, Gratinado de frutas, Fruta laminada.

Eu vou deixar o benefício da dúvida para quando eu voltar para jantar. Assim, quem sabe Revelo o Feiticeiro ao fazê-lo - é uma promessa e venho atualizar esse post - mesmo porque o restaurante está no Guia Michelin com a distinção "El plato Michelin" de 2021 e creio que essa menção não se deve ao almoço executivo, certamente. 

 

Maaaassss, por enquanto, vamos aos pratos:

Quebrando o Feitiço:

• Atendimento: Para início de conversa, estávamos em 5 pessoas. Só que uma delas se atrasou e enquanto não chegava, a única coisa a ser servida foi água. Até perguntamos se, enquanto esperávamos, não poderia vir o couvert. A resposta: logo traremos... e não trouxe! Só fomos servidos do couvert quando a pessoa chegou 20 minutos depois! Durante esse tempo, olhávamos para os funcionários e fomos completamente esquecidos. Apenas molhando o bico com água. Achei um descaso. Só por isso, não gostei. Um ou outro ali até se esforçou durante a refeição, mas com o gabarito e a menção do bonequinho do pneu, o atendimento deveria ser bem melhor.

• Tempo de espera: Não teve, sentamos assim que chegamos. Para comer o couvert tivemos que esperar. Entre o couvert e as entradas, demorou mais uns 15 minutos. Depois parei de contar o tempo. Era um aniversário e não queria me estressar.
  

• Comida: Quero dividir em 4 partes do menu executivo, pois eu provei todos os pratos para exprimir a própria opinião:
  

1. O couvert consistia em: pães típicos transmontanos, um potinho de azeitonas e dois de azeite (a pergunta que não quer calar: isso não poderia ter sido servido antes?). 
2. Entrada: Sopa de cenoura e funcho: um creme batido, nada mais do que isso. Bom, mas nada de arrancar suspiros. Sopa comemos em casa, mas como aqui em Portugal é muito comum tomar sopa às refeições, creio que poderiam "inventar" algo diferente, o que normalmente não se faz em casa (deixo uns exemplos antes de finalizar o post)*; e os Cogumelos Paris recheados: algumas folhinhas verdes entre 2 cogumelos e um molhinho de ervas. Honestamente, não sei como conseguiram rechear 2 cogumelos daquele tamanho, talvez com uma pinça (ai, Roberta, que exagero!), não é não, há cogumelos maiores no mercado, e eu sei porque eu também faço cogumelos recheados em casa. Estava bom, mas saborearíamos melhor se fossem maiores!
   
3. Prato principal: fiquei curiosa para saber como era o caril de frango, porque usamos muito esse condimento na cozinha de casa, entretanto como não gosto de osso e o prato não vinha com peito, optei pela opção vegetariana (sou fresca sim, e daí?). O frango que foi pedido por outra pessoa consistia em asa, coxa (e acho que uma sobrecoxa), entretanto o aspecto não me agradou, porque parecia anêmico (ainda mais que o molho de caril é amarelado então, não se comia com os olhos). Já o meu prato de legumes com o mesmo molho, mais parecia uma sopa, muito líquido com pedaços de curgete (abobrinha) e berinjela. O citrinos do arroz nem conseguimos sentir porque a picância do caril sobressaía em demasiado. Errei no pedido! O ragout maronês estava mais para acompanhamento de uma massa ou arroz do que para o purê de batata. Tudo muito "molhado", se é que me entende, pois quando terminaram, ainda havia o molho da carne no prato. O sabor estava bom, mas faltou alguma coisa para dar aquele "tchans" (se é que me entende)². O filé de pescada, na minha opinião, foi o que se sobressaiu entre todos os nossos pedidos. Leve, bem temperado, a cake de batata era crocante e a crosta de legumes deu o "tchans" no prato - só não entendi aquela espuminha... (e essa foi a escolha da amiga atrasada... risos!).
4. Sobremesa: 3 de nós pediram o folhado russo: pensa num bolo de massa folhada com recheio de creme amarelinho, conhecido como creme russo, que vai gelatina para ficar uma consistência mais firme (no Brasil seria o doce conhecido como 1000 folhas). Sinceramente? O empratamento estava bem apresentado, realmente se comia com os olhos (o que cria uma certa expectativa), mas o sabor, sem gracinha! Pedi o gratinado de frutas. Eu levei a sobremesa à boca com o maior cuidado achando que estivesse quente, afinal, dizia gratinado... mas, não. Foi servido em temperatura ambiente e por cima do gratinado, um tipo granola ou muesli. Creio que se estivesse "quente" seria melhor saboreado. Por falta de opção para quem é intolerante à lactose, a pessoa não teve escolha a não ser pedir a fruta laminada. O ananás (abacaxi para os "Zucas") estava doce, mas, creio que por uma questão de apresentação, eliminaram o miolo (a parte que a pessoa mais gostava).     
   

• Ambiente: é bonito, bem decorado e intimista. 
  

• Reserva: somente com reserva por causa da pandemia.
  

• Relação custo x benefício: Honestamente: mais ou menos, mais para menos do que para mais, pois de tanto falarem sobre o restaurante, a realidade não correspondeu com a expectativa. O menu pode ser executivo, mas faça jus ao peso que o nome Cais da Villa carrega. Deixou a desejar na apresentação, no sabor e no atendimento. Almoço executivo: € 12,50. Geralmente em outros locais em VR, no mesmo esquema de entrada, prato principal e sobremesa, fica por volta dos € 8 com o vinho da casa, água e café. O copo de vinho € 2,50, não bebemos porque nossos amigos são produtores e levaram sua última criação, mas é só para ter uma ideia do valor tanto para branco, tinto ou rosé. O café € 1,50. Essa brincadeira sairia € 33 para 2 pessoas, se tivéssemos bebido o copo de vinho da casa. Num jantar normal, seria, no mínimo, uns € 40 por pessoa, dependendo do prato e da bebida, entretanto, como disse anteriormente, darei o benefício da dúvida indo jantar e mudar de opinião.  
  

• Estacionamento: no próprio local.

* Sugestões para sopas/cremes:

De pepino, de aveia, de batata doce, de milho, beterraba (há quem não goste, mas a cor é linda! Eu adoro!!), aspargos com queijo de cabra, Sopa thai de camarão, Sopa de lentilha com limão, Creme de mandioca com cream cheese, de cogumelos, de alho francês (alho poró), de cebola gratinada, de grão de bico...  

Olha, essa foi a minha opinião e experiência da 1ª vez no estabelecimento. Tenho conhecidos que disseram que tudo estava delicioso, impecável. Se você for um um cliente do Cais da Villa, deixe seu comentário, por favor, e descreva como foi a sua experiência.

 

O Cais da Villa fica à Rua Monsenhor Jerónimo do Amaral, 6 (Estação de Comboios Vila Real - lado direito) - Vila Real, Portugal. Telefones: (+351) 259 351 209 e 960 377 268.

 

Até breve!!

Fontes: Guia Michelin e Cais da Villa.

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