A gastronomia típica de 14 restaurantes do Passaporte Douro

A gastronomia típica de 14 restaurantes do Passaporte Douro

Posted by Roberta Ortolan - Magic Gourmet on 24.1.22 in comida portuguesa, douro, douro valley, enoturismo, gastronomia típica, portugal, restaurantes, rio douro, turismo, turismo gastronômico, vinho,

Fonte: C.M. de Mesão Frio/Quinta do Ventozelo

Turismo gastronômico para quem quer desbravar as delícias da Rota do Passaporte Douro.

Ficaram curiosos para saber quais são os 14 restaurantes? A Comunidade Intermunicipal do Douro - CIMDOURO criou o Passaporte Douro para divulgar o turismo dos 19 municípios que constituem a região do Douro. 

Para início de conversa, resumidamente, o Passaporte Douro funciona assim: 

Você adquire o passaporte e nele contém uma rota turística. Conforme você for visitando os pontos de interesse e conveniados com o programa, seu passaporte é carimbado. 

Ou seja, quando o seu passaporte já tiver recebido todos os carimbos, significa que você completou toda a rota turística duriense.

Mas o que tem a ver o passaporte com a gastronomia?

Tudo! Porque não é só de vinho e beleza natural que vive a região do Douro. A rota inclui restaurantes com delícias típicas durienses, afinal, uma hora temos que dar aquela pausa no passeio para encher a pança, não é mesmo?

A escolha dos restaurantes através da app Passaporte Douro

Confesso que muitos desses restaurantes eu ainda não fui e tive que pesquisar, não só pelo artigo, mas pela curiosidade de desbravar outras regiões e descobrir novos sabores do Norte português. 

Por isso fiz uma pesquisa minuciosa de todos os estabelecimentos que estão indicados na app do Passaporte Douro. Muitos deles estão com os sites desatualizados ou estão fechados definitivamente.

Primeiro, tive como base a partilha de experiências, fotos e opiniões diretas do consumidor de várias plataformas online, principalmente a do Trip Advisor (que é a maior de todas atualmente).

E segundo, que para mim, esse foi o motivo principal para afunilar as escolhas: o empratamento.

Como assim, o empratamento, Roberta?

A comida pode ser gostosa, mas muito saborosa mesmo, contudo, se não tiver uma apresentação adequada aos olhos, não abre o apetite. Por exemplo:

Você quando vai a um restaurante e ele se mostra "simples", a sua expectativa é que a apresentação dos pratos também seja "simples", mas não de qualquer jeito. 

Da mesma forma que quando o mesmo se mostra "chique", espera-se que a apresentação dos pratos também seja de acordo com o ambiente em que você está inserido.

E nessa minha pesquisa dos restaurantes indicados na app Passaporte Douro, vi muito restaurante "chique", com ambiente e decoração TOP, servindo a refeição em utensílio de barro ou de inox com a comida transbordando e quase pulando para fora de tão cheio que estava.

Você pagaria, o preço que fosse, se o seu prato viesse servido de qualquer jeito? Claro que não e sabe por que? Porque primeiro você come com os olhos! 

Um restaurante supostamente chique, servindo uma refeição que visualmente é feia, sem cuidado, sem apreço, sem zelo com a apresentação, para mim, é inaceitável e frustrante! 

E sinceramente, nem perderia tempo me deslocando até o estabelecimento para provar algo que, somente pelas imagens, não chamou a atenção das minhas lombrigas (por mais que fosse o melhor sabor do mundo!).

Os portugueses que me desculpem, mas empratamento é TUDO! Nós utilizamos os cinco sentidos na hora da refeição, e honestamente, não sei qual é a dificuldade de apresentar a comida de um modo bonito! 

Os 14 restaurantes típicos durienses

Agora que já expliquei como foi a seleção dos restaurantes, vamos às 14 dicas que farão você arrumar as malas assim que terminar este artigo (a lista não é um ranking, pois a mesma foi escrita em ordem aleatória):

1. Bistro Terrace Restaurante

Fonte: Quinta do Tedo

Está situado na Quinta do Tedo, no município de Armamar, e foi finalista regional das 7 Maravilhas de Portugal da Nova Gastronomia em 2021.

O legal é que o Bistro Terrace possui um menu todo eno-harmonizado. Ou seja, sua gastronomia combina com seus próprios vinhos DOC Douro e Porto. Todos os seus ingredientes são regionais e frescos. Há opções para os vegetarianos.

É uma gastronomia internacional, de fusão, espanhola e portuguesa. São 3 opções de entrada, prato principal e sobremesa.

Fonte: Quinta do Tedo/Trip Advisor

• Ambiente: acolhedor, agradável, com uma vista incrível do Vale do Douro e bem decorado.
• € : de 15 a 40.
• Trip Advisor: ocupa a posição nº 1 dos restaurantes de Armamar no Travellers Choice.
  
• Local: Quinta do Tedo, Vila Seca - 5110-548 - Armamar. 🕿 +351 254 789 165.
  

2. Restaurante Origens

Fonte: Quinta da Barroca/Trip Advisor

Está situado na Quinta da Barroca, também no município de Armamar.

A gastronomia do Origens é um mix da culinária Beirã, Duriense e Transmonstana. 

É uma culinária tradicional com ingredientes orgânicos e frescos da própria horta pedagógica. Ou seja, sua confecção é feita de acordo com os produtos da estação.

Dentre as especialidades, destaque para o cabrito feito no forno a lenha, as bochechas de porco feitas no vinho tinto acompanhadas de purê de alheira, lombinhos de porco bísaro com arroz de salpicão.

Nota: salpicão em Portugal é um embutido defumado. Para os brasileiros, se assemelha à copa.

Fonte: Quinta da Barroca/Trip Advisor

• Ambiente: acolhedor, agradável, 'rústico chique', com uma vista incrível do Vale do Douro e bem decorado.
• € : de 25 a 50.
• Trip Advisor: ocupa a posição nº 8 dos restaurantes de Armamar no Travellers Choice.
  
• Local: Quinta da Barroca - Rua da Carreirinha Queimada - 5114-001 - Armamar. 🕿 +351 254 850 850.
  

3. Bar Restaurante Veladouro

Fonte: Veladouro/Trip Advisor

Está situado no Pinhão e bem em frente ao Rio Douro.

É um estabelecimento despojado que aposta na comida tradicional portuguesa e nos vinhos durienses.

É uma gastronomia caseira com o jeito de vó: bem temperada, bem servida e confeccionada por jovens que colocaram na panela as receitas de seus ascendentes. Há opções vegetarianas.

Fonte: Veladouro/Trip Advisor

• Ambiente: acolhedor, intimista, agradável.
• € : 25.
• Trip Advisor: ocupa a posição nº 3 dos restaurantes de Pinhão no Travellers Choice.
  
• Local: Rua da Praia, 5085 - Pinhão. 🕿 +351 254 738 166.
  

4. Calça Curta Restaurante

Fonte: Calça Curta/Trip Advisor

Está localizado em Foz-Tua, bem à estação do caminho de ferro e em frente ao Rio Douro.

A gastronomia é destacada por pratos típicos da região. Dentre eles estão os de peixe do Rio Douro, lampreia e sável de escabeche; javali, veado e coelho estufados.

Dentre as especialidades, destaque para o cabrito feito no forno a lenha, as bochechas de porco feitas no vinho tinto acompanhadas de purê de alheira, lombinhos de porco bísaro com arroz de salpicão.

Nota: traduzindo o estufado para o português "brasileiro", seria um tipo de "carne de panela".

Fonte: Calça Curta/Trip Advisor

• Ambiente: acolhedor, agradável e bem decorado.
• € : 25.
• Trip Advisor: ocupa a posição nº 1 dos restaurantes em Foz-Tua no Travellers Choice.
  
• Local: Avenida da Estação - 5140-133 - Foz-Tua. 🕿 +351 278 685 255.
  

5. Restaurante Cinta D'Ouro

Fonte: Cinta D'Ouro/Trip Advisor

Está situado em Freixo de Espada à Cinta e possui culinária luso-espanhola. Sua gastronomia apresenta pratos típicos da região, principalmente o bacalhau. 

Há várias opções como tábuas de enchidos (embutidos), camarões, grelhados, pimentões ou cogumelos recheados, alheiras, saladas variadas, as carnes estufadas ("de panela"), como a vitela com amêndoas ou bochechas de porco no Vinho do Porto, além das carnes feitas na brasa.

Fonte: Cinta D'Ouro/Trip Advisor

• Ambiente: intimista, bonito e agradável.
• € : 20.
• Trip Advisor: ocupa a posição nº 1 dos restaurantes em Freixo de Espada à Cinta no Travellers Choice.
  
• Local: Rua Guerra Junqueiro - 5180-104 - Freixo de Espada à Cinta. 🕿 +351 279 652 550.
  

6. Douro Excellence

Fonte: Douro Excellence/Trip Advisor

Está situado em Lamego e possui uma variedade de pratos como saladas, tapas, frutos do mar, carnes, aves, sanduíches e várias sobremesas.

Apresenta menu vegano, vegetariano e sem glúten.

Fonte: Douro Excellence/Trip Advisor

• Ambiente: moderno, acolhedor, intimista e bem decorado.
• € : de 20 a 150.
• Trip Advisor: ocupa a posição nº 2 dos restaurantes de Lamego no Travellers Choice.
  
• Local: Rua Macário de Castro, Largo da Vitória - 5100-149 - Lamego. 🕿 +351 969 686 787.
  

7. Casa da Rua Restaurante

Fonte: Casa da Rua/Trip Advisor

Está situado também em Lamego e apresenta um menu de hambúrgueres artesanais de vitela, atum, alheira, entre outros, além das tábuas de vários queijos e enchidos (embutidos), saladas e tostas. Há opções veganas e vegetarianas.

Fonte: Casa da Rua/Trip Advisor

• Ambiente: despojado, alegre, casual e zelo nos detalhes.
• € : de 8 a 20.
• Trip Advisor: ocupa a posição nº 1 dos restaurantes de Lamego no Travellers Choice.
  
• Local: Rua Almacave, 48 - 5100-108 - Lamego. 🕿 +351 254 666 263.
  

8. The River Restaurante

Fonte: The River/Trip Advisor

Está localizado em Peso da Régua.

A gastronomia é destacada por pratos típicos da região com toque de modernidade. O menu é composto de entradas e sopas, carnes suína e bovina, aves e peixes, além  dos pratos vegetarianos e sobremesas deliciosas.

É possível reservar mesa através da app The Fork.

Fonte: The River/Trip Advisor

• Ambiente: aconchegante, moderno, clean e elegante, bem decorado.
• € : de 13 a 60.
• Trip Advisor: ocupa a posição nº 10 dos restaurantes da Régua no Travellers Choice.
  
• Local: Rua José Vasques Osório, loja C1 - 5050-280 - Peso da Régua. 🕿 +351 254 336 052.

9. A Toca da Raposa

Fonte: Toca da Raposa/Trip Advisor

Está situado em Ervedosa do Douro - São João da Pesqueira.

Gastronomia típica portuguesa e também apresenta menu vegetariano. Dentre os pratos, destaque para o bacalhau, além da de carne bovina e suína, cozidos, assados, enchidos e sobremesas artesanais.

O bolo Borrachão é a sobremesa mas cobiçada do restaurante porque ele é confeccionado com Vinho do Porto. É manjar dos Deuses, pois tem um sabor inigualável (ou seja, todo mundo faz, mas igual ao Toca da Raposa, é impossível!).

Fonte: Toca da Raposa/Trip Advisor

• Ambiente: rústico chique, bem decorado, aconchegante e bonito.
• € : de 18 a 25.
• Trip Advisor: ocupa a posição nº 1 dos restaurantes em Ervedosa do Douro no Travellers Choice.
  
• Local: Rua da Praça, 72 - 5130-072 - Ervedosa do Douro. 🕿 +351 254 423 446.
  

10. Cantina de Ventozelo

Fonte: Quinta do Ventozelo/Trip Advisor

Está situado em São João da Pesqueira. A Cantina de Ventozelo reformulou o espaço onde, antigamente, era servida a refeição dos trabalhadores.

Sua gastronomia é mediterrânea e tradicional.Os ingredientes usados em todos os pratos são produzidos na própria quinta e na região, dando prioridade aos produtores locais, assegurando a sustentabilidade e o baixo impacto ecológico.

O menu muda semanalmente de acordo com a sazonalidade em que a natureza produz os alimentos. Há opção para todos os gostos: petiscos variados, como sopas, porções e opções vegetarianas, tábuas de enchidos e queijos, compotas e presuntos, sanduíches diversos e saladas. 

Já os pratos principais apresentam opções vegetarianas, massas, aves, peixes e carnes, além das deliciosas sobremesas.

Fonte: Quinta do Ventozelo/Trip Advisor

• Ambiente: rústico, contemporâneo, clean, bem decorado, aconchegante e claro, pois em sua decoração, o branco predomina.
• € : de 35 a 40.
• Trip Advisor: ocupa a posição nº 6 dos restaurantes de São João da Pesqueira no Travellers Choice.
  
• Local: Quinta do Ventozelo - 5130-135 - São João da Pesqueira. 🕿 +351 254 249 670.
  

11. Casa do Avô Restaurante

Fonte: Casa do Avô/Trip Advisor

Localizado em Sernancelhe, no distrito de Viseu.

O menu apresenta comida típica portuguesa,mediterrânea e europeia, como polvo, bacalhau, carnes suína e bovina, alheiras, sopas, cozidos e assados.

Fonte: Casa do Avô/Trip Advisor

• Ambiente: rústico e acolhedor como manda a tradição portuguesa.
• € : de 8 a 40.
• Trip Advisor: ocupa a posição nº 2 dos restaurantes de Sernancelhe no Travellers Choice.
  
• Local: Rua do Cieiro, 22 - 3640-180 - Sernancelhe, Viseu. 🕿 +351 968 963 936.
  

12. Aldeia D'Ouro

Fonte: Aldeia D'Ouro/Trip Advisor

Está localizado em Vila Nova de Foz Côa.

A gastronomia é típica portuguesa, mediterrânea e europeia. Também apresenta opções vegetarianas. Preza pelos produtos da terra e que são sazonais.

Destaca-se a tábua de variados enchidos com pickles e queijos, sanduíches, carnes grelhadas, massas frutos do mar, cozidos e sobremesas diversas.

Outro destaque é para a gastronomia típica de vários países, ou seja, festival de pratos da Espanha, Brasil, Itália, México, Ásia, entre outros.

Nota: o restaurante aproveita seu espaço para a cultura: há exposições das mais diversas artes.

Fonte: Aldeia D'Ouro/Trip Advisor

• Ambiente: acolhedor e intimista.
• € : 25.
• Trip Advisor: ocupa a posição nº 5 dos restaurantes de Vila Nova de Foz Côa no Travellers Choice.
  
• Local: Rua Dr. José Augusto Saraiva Aguilar, 19 - 5150-616 - Vila Nova de Foz Côa. 🕿 +351 279 094 403.

13. Restaurante Côa Museu

Fonte: Restaurante Côa Museu/Trip Advisor

Localizado no próprio museu de Vila Nova de Foz Côa.

Sua gastronomia se enquadra como típica portuguesa, mediterrânea e europeia. Há opções vegetarianas, veganas e sem glúten.

O menu apresenta entradas com pães regionais, sopas, tapas, tábuas de enchidos, presuntos e queijos. Para quem prefere o mar, o menu inclui bacalhau, robalo, dourada, polvo e mariscada. 

Para os carnívoros, vitela, picanha cordeiro, porco, peru, javali, pato e cabrito e toda culinária portuguesa que se preze, há os cozidos e as sobremesas que arrancam suspiros.

Fonte: Restaurante Côa Museu/Trip Advisor

• Ambiente: moderno, acolhedor com ar de sobriedade e com uma paisagem inigualável da região. É um miradouro que corta a respiração.
• € : 30.
• Trip Advisor: ocupa a posição nº 3 dos restaurantes de Vila Nova de Foz Côa no Travellers Choice.
  
• Local: Rua do Museu - 5150-610 - Vila Nova de Foz Côa. 🕿 +351 932 150 155.
  

Aproveitando a deixa sobre Miradouros, fica uma dica de leitura do artigo que apresenta Os 5 Miradouros mais visitados na Região do Douro.

14. Aneto & Table Restaurante

Fonte: Aneto & Table/Trip Advisor

Está localizado em Peso da Régua e iniciou sua atividade gastronômica com o intuito principal de promover a marca Aneto de vinhos e azeite.

O menu apresenta harmonização entre seus vinhos e a culinária típica local, com produtos de alta qualidade que aguça a visão e o paladar.  

Fonte: Aneto & Table/Trip Advisor

O Aneto & Table prova que o empratamento faz parte da qualidade, da proposta, do ambiente e da relação custo x benefício. Não tem como não agradar!

Há opções sem glúten, veganas e vegetarianas. É uma gastronomia mediterrânea, saudável, e totalmente portuguesa. Apresenta saladas, folhados, peixes, carnes, aves, sanduíches, tábua de enchidos, queijos e presuntos, além das sobremesas.

Fonte: Aneto & Table/Trip Advisor

• Ambiente: aconchegante e agradável. É um chique simples, um moderno rústico onde cada detalhe sobressai.
• € : de 10 a 25.
• Trip Advisor: ocupa a posição nº 1 dos restaurantes da Régua no Travellers Choice.
  
• Local: Armazém Estação Régua, loja B1 - 5050-280 - Peso da Régua. 🕿 +351 254 323 120.

Em tempo: não esqueçam que ainda estamos em momento pandêmico e por isso, PRECISA FAZER RESERVA DE MESA COM ANTECEDÊNCIA. Convém perguntar se precisa fazer o teste e levar o certificado de vacinação.

Ah! E sobre o Passaporte Douro, leia o artigo "Descubra e viva uma experiência única" com o Passaporte Douro.

Pronto! Agora é só arrumar as malas e embarcar para essas delícias. Te espero!!!

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Restaurante Cais da Villa

Restaurante Cais da Villa

Posted by Roberta Ortolan - Magic Gourmet on 27.10.21 in Cais da Villa, gastronomia, guia michelin, magic gourmet, norte português, novas experiências, portugal, restaurantes, vila real,

 

O cais mais chique 'da' Vila...Real. 

Depois de 4 anos morando aqui, sempre tinha ouvido falar sobre esse restaurante, entretanto, a vida de estudante não permitia o investimento financeiro aos comes e bebes do estabelecimento. 

Sim, Vila Real é movida pela Universidade. São mais de 7.000 novos alunos que chegam anualmente para estudarem aqui. Durante a pandemia, virou uma cidade fantasma. Sem praxes e festas acadêmicas, sem agito, sem nada. 

Todavia, eu tenho que admitir, os universitários sacodem tudo e levantam a poeira. Portanto, o público-alvo do Cais da Villa não é voltado para eles.

É realmente um restaurante caro para o interior do Norte de Portugal. Talvez se estivesse em uma cidade mais cosmopolita e turística como Lisboa, Porto, Coimbra ... daria para entender, mas em VR? 

Enfim, eu fui!

O Cais da Villa está situado na estação ferroviária, em um antigo edifício histórico com mais de 100 anos: "Neste espaço de ambiente informal funciona o restaurante à carta, o wine bar com serviço de tapas e bifes, a garrafeira e uma esplanada, para os dias com sol. Desde novembro de 2011. Com o Douro e a gastronomia de região transmonstana como referência".

Enfim, eu fui e estou aqui para ser bem honesta em tudo, porque, claro, eu reparei nos mínimos detalhes. A referência que veio à cabeça foi a dos restaurantes de São Paulo, tipo o Café Journal em Moema, sabe? Ou seja, nem tão chique nem tão simples, clima acolhedor, e com muita ênfase vínica. A diferença entre um e outro é que lá, tem o mundo todo dentro de uma senhora adega e a relação custo x benefício é ótima. Aqui não.

(Agora que me dei conta que nunca escrevi sobre o Café Journal enquanto estava no Brasil!).

O restaurante

É bonito. Eles realmente se preocuparam em manter um ambiente formal ocasional. Como há vários eventos periodicamente, o seu interior se adapta facilmente com todos os temas que quiserem abordar, por exemplo: Dia dos Namorados, Halloween, Natal, Ano Novo, workshops, etc. Espia:

 

A diferença entre almoço e jantar...

...está no preço, no cardápio e no empratamento. O jantar, igualmente aos almoços nos feriados e finais de semana, é "a la carte" e os pratos são bem diferentes dos que são servidos nos almoços executivos.

O almoço durante a semana é executivo, ou seja, bem mais simples e inclui entrada, prato principal, sobremesa e água por um único preço. Café e qualquer outra bebida são cobradas à parte. É claro que se você quiser pedir outro prato do cardápio, será cobrado o valor normal. 

Em relação às alergias e intolerâncias alimentares, o menu apresenta ícones que indicam a composição dos pratos, como lactose, glúten, soja e etc. 

A minha experiência foi num almoço em plena sexta-feira e, já pensando em escrevê-la aqui no MG, baixei o menu executivo (que por causa da pandemia você tem acesso através de um QRCode em seu próprio smartphone). São 3 opções e você escolhe uma de cada. Esse menu muda semanalmente, vamos à ele:

• Entrada: Creme de legumes, Salada mista, Sopa de cenoura e funcho e Cogumelos paris recheados.
• Prato principal: Peixe: Petinga frita com arroz de tomate, Filete de pescada escalfado em crosta de legumes salteados e cake de batata; ou Carne: Caril de frango com arroz de citrinos, Ragout maronês com puré de batata; ou Vegetariano: Caril de legumes com arroz de citrinos, Ragout de legumes com cake de batata.
• Sobremesa: Folhado russo, Gratinado de frutas, Fruta laminada.

Eu vou deixar o benefício da dúvida para quando eu voltar para jantar. Assim, quem sabe Revelo o Feiticeiro ao fazê-lo - é uma promessa e venho atualizar esse post - mesmo porque o restaurante está no Guia Michelin com a distinção "El plato Michelin" de 2021 e creio que essa menção não se deve ao almoço executivo, certamente. 

 

Maaaassss, por enquanto, vamos aos pratos:

Quebrando o Feitiço:

• Atendimento: Para início de conversa, estávamos em 5 pessoas. Só que uma delas se atrasou e enquanto não chegava, a única coisa a ser servida foi água. Até perguntamos se, enquanto esperávamos, não poderia vir o couvert. A resposta: logo traremos... e não trouxe! Só fomos servidos do couvert quando a pessoa chegou 20 minutos depois! Durante esse tempo, olhávamos para os funcionários e fomos completamente esquecidos. Apenas molhando o bico com água. Achei um descaso. Só por isso, não gostei. Um ou outro ali até se esforçou durante a refeição, mas com o gabarito e a menção do bonequinho do pneu, o atendimento deveria ser bem melhor.

• Tempo de espera: Não teve, sentamos assim que chegamos. Para comer o couvert tivemos que esperar. Entre o couvert e as entradas, demorou mais uns 15 minutos. Depois parei de contar o tempo. Era um aniversário e não queria me estressar.
  

• Comida: Quero dividir em 4 partes do menu executivo, pois eu provei todos os pratos para exprimir a própria opinião:
  

1. O couvert consistia em: pães típicos transmontanos, um potinho de azeitonas e dois de azeite (a pergunta que não quer calar: isso não poderia ter sido servido antes?). 
2. Entrada: Sopa de cenoura e funcho: um creme batido, nada mais do que isso. Bom, mas nada de arrancar suspiros. Sopa comemos em casa, mas como aqui em Portugal é muito comum tomar sopa às refeições, creio que poderiam "inventar" algo diferente, o que normalmente não se faz em casa (deixo uns exemplos antes de finalizar o post)*; e os Cogumelos Paris recheados: algumas folhinhas verdes entre 2 cogumelos e um molhinho de ervas. Honestamente, não sei como conseguiram rechear 2 cogumelos daquele tamanho, talvez com uma pinça (ai, Roberta, que exagero!), não é não, há cogumelos maiores no mercado, e eu sei porque eu também faço cogumelos recheados em casa. Estava bom, mas saborearíamos melhor se fossem maiores!
   
3. Prato principal: fiquei curiosa para saber como era o caril de frango, porque usamos muito esse condimento na cozinha de casa, entretanto como não gosto de osso e o prato não vinha com peito, optei pela opção vegetariana (sou fresca sim, e daí?). O frango que foi pedido por outra pessoa consistia em asa, coxa (e acho que uma sobrecoxa), entretanto o aspecto não me agradou, porque parecia anêmico (ainda mais que o molho de caril é amarelado então, não se comia com os olhos). Já o meu prato de legumes com o mesmo molho, mais parecia uma sopa, muito líquido com pedaços de curgete (abobrinha) e berinjela. O citrinos do arroz nem conseguimos sentir porque a picância do caril sobressaía em demasiado. Errei no pedido! O ragout maronês estava mais para acompanhamento de uma massa ou arroz do que para o purê de batata. Tudo muito "molhado", se é que me entende, pois quando terminaram, ainda havia o molho da carne no prato. O sabor estava bom, mas faltou alguma coisa para dar aquele "tchans" (se é que me entende)². O filé de pescada, na minha opinião, foi o que se sobressaiu entre todos os nossos pedidos. Leve, bem temperado, a cake de batata era crocante e a crosta de legumes deu o "tchans" no prato - só não entendi aquela espuminha... (e essa foi a escolha da amiga atrasada... risos!).
4. Sobremesa: 3 de nós pediram o folhado russo: pensa num bolo de massa folhada com recheio de creme amarelinho, conhecido como creme russo, que vai gelatina para ficar uma consistência mais firme (no Brasil seria o doce conhecido como 1000 folhas). Sinceramente? O empratamento estava bem apresentado, realmente se comia com os olhos (o que cria uma certa expectativa), mas o sabor, sem gracinha! Pedi o gratinado de frutas. Eu levei a sobremesa à boca com o maior cuidado achando que estivesse quente, afinal, dizia gratinado... mas, não. Foi servido em temperatura ambiente e por cima do gratinado, um tipo granola ou muesli. Creio que se estivesse "quente" seria melhor saboreado. Por falta de opção para quem é intolerante à lactose, a pessoa não teve escolha a não ser pedir a fruta laminada. O ananás (abacaxi para os "Zucas") estava doce, mas, creio que por uma questão de apresentação, eliminaram o miolo (a parte que a pessoa mais gostava).     
   

• Ambiente: é bonito, bem decorado e intimista. 
  

• Reserva: somente com reserva por causa da pandemia.
  

• Relação custo x benefício: Honestamente: mais ou menos, mais para menos do que para mais, pois de tanto falarem sobre o restaurante, a realidade não correspondeu com a expectativa. O menu pode ser executivo, mas faça jus ao peso que o nome Cais da Villa carrega. Deixou a desejar na apresentação, no sabor e no atendimento. Almoço executivo: € 12,50. Geralmente em outros locais em VR, no mesmo esquema de entrada, prato principal e sobremesa, fica por volta dos € 8 com o vinho da casa, água e café. O copo de vinho € 2,50, não bebemos porque nossos amigos são produtores e levaram sua última criação, mas é só para ter uma ideia do valor tanto para branco, tinto ou rosé. O café € 1,50. Essa brincadeira sairia € 33 para 2 pessoas, se tivéssemos bebido o copo de vinho da casa. Num jantar normal, seria, no mínimo, uns € 40 por pessoa, dependendo do prato e da bebida, entretanto, como disse anteriormente, darei o benefício da dúvida indo jantar e mudar de opinião.  
  

• Estacionamento: no próprio local.

* Sugestões para sopas/cremes:

De pepino, de aveia, de batata doce, de milho, beterraba (há quem não goste, mas a cor é linda! Eu adoro!!), aspargos com queijo de cabra, Sopa thai de camarão, Sopa de lentilha com limão, Creme de mandioca com cream cheese, de cogumelos, de alho francês (alho poró), de cebola gratinada, de grão de bico...  

Olha, essa foi a minha opinião e experiência da 1ª vez no estabelecimento. Tenho conhecidos que disseram que tudo estava delicioso, impecável. Se você for um um cliente do Cais da Villa, deixe seu comentário, por favor, e descreva como foi a sua experiência.

 

O Cais da Villa fica à Rua Monsenhor Jerónimo do Amaral, 6 (Estação de Comboios Vila Real - lado direito) - Vila Real, Portugal. Telefones: (+351) 259 351 209 e 960 377 268.

 

Até breve!!

Fontes: Guia Michelin e Cais da Villa.

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Se até a uva passa, essa situação também vai passar!

Se até a uva passa, essa situação também vai passar!

Posted by Roberta Ortolan - Magic Gourmet on 8.2.21 in currículo, doutorado, graduação, mais, mestrado, OMG, oportunidades, pandemônio, portugal, reflexão, título, trabalho, vírus,

Oh my Goddess!

Mudamos para Portugal por causa do mestrado. Há três anos não existia mestrado em enologia no Brasil e meu marido queria aprimorar seu conhecimento na área. Como no Brasil eu já buscava algo no jornalismo gastronômico, pensei que em terras lusas também encontraria algo específico sobre o assunto, mas, infelizmente, a universidade não tinha nenhum curso voltado para a comunicação gastronômica. Uma vez que no Brasil a Cultura também é estudada em jornalismo e em gastronomia, percebi que havia a possibilidade de agregar o tema em Ciências da Comunicação (mais voltado para rádio, tv) ou Ciências da Cultura (que incluía saídas profissionais como jornalismo e crítica culturais). Assim apliquei a minha candidatura para a segunda opção e dois anos mais tarde, apresentei minha dissertação enfatizando a gastronomia com abordagens históricas, multiculturais e sociais sob a influência da globalização.

  

E agora?

Uma inquietação começou seis meses antes de terminar o mestrado: tá, me torno mestre e daí? Posso ser docente para curso superior em Portugal? Sim e não! Sim, se a instituição for privada e não, se for pública (a não ser que você seja doutora!). Então comecei a pesquisar cursos de doutorado voltado para a comunicação gastronômica e quase caí da cadeira: investimento financeiro infinitamente acima do esperado tanto dentro quanto fora de Portugal – e descobri que o valor de doutorado da minha universidade estava equiparado com o do mestrado. Novamente me candidatei para cultura já que não havia o curso em comunicação.

 

Eeeeee, diploma de mestre na mão e disparo de currículos: receber salário em € se tornou uma das prioridades. Trabalho informal é o que mais tem (nada contra com quem trabalha em cafés), mas, depois dos quatro ponto cinco, a intenção não é gastar tempo e energia com algo que não acrescentará nada para o meu conhecimento e para a tese de doutorado, que não me trará desafios e investigações. Ah, falando nelas, as bolsas de investigação para mestres são para a área da saúde, tecnologia, informação e todas as engenharias, para a minha não tem!

Veio o maldito vírus e a coisa degringolou.

Onde eu quero chegar: oportunidade de trabalho tem sim senhores ... só que não é bem assim! Há mais de um ano eu envio currículo para vaga que pede a licenciatura (eu sou mestre, um grau acima) ou mestrado e quando me respondem, pedem o diploma da minha graduação reconhecido em Portugal (que para reconhecer é só uma bagatela de € 600 – equivalente a seis meses de uma pós na minha universidade). Então, em uma conclusão com os meus botões:

 

– Espera um pouco! Se o meu diploma de mestre, que já está dentro dos padrões europeus, não serve e/ou não substitui o documento de licenciatura, para o quê me serve o grau/título adquirido? Para aprimorar o currículo? Ou talvez para facilitar o acesso ao doutorado? Aaaahhhh, mas eu já sou doutoranda!!!!

 

– Mas você pode enviar para os cursos profissionalizantes, para o ensino privado... Ops, você tem o certificado de competências pedagógicas, o CCP?

 

– Já mandei, nunca responderam. Não, preciso desse CCP? Eu era professora concursada no Brasil, fiz a licenciatura...

 

– É, mas seu diploma não foi reconhecido aqui, não está nos padrões europeus, então tem que fazer o curso, ONLINE, para ter esse certificado. Se não tiver, não pode dar aula em lugar nenhum, mesmo com título de mestre.

 

– Hummmm... É caro?

 

– É, em torno de €200, mas quem tem doutorado não precisa do CCP.

 

– Então, gasta-se menos com o curso do CCP, válido em território português, do que para reconhecer o diploma, válido na Europa inteira.

Ou seja...

Se antes da pandemia já era complicado, durante ... pffff, nem se fala! Doutorando só recebe para investigar se concorrer à bolsa de estudos (a qual não fui contemplada – poucas vagas para muitos candidatos), licenciatura e mestrado em Portugal é praticamente um ensino básico do curso superior: todo mundo faz! Na área acadêmica, quem se destaca mesmo é o doutor(ando) que já tem artigos publicados em revistas especializadas, que vive de e para a investigação. Fora da academia: saúde, TI e engenharias.

 

Aqui deixo um barulho para quem estava querendo dormir: a realidade descontenta e nos coloca à prova todos os dias para refletir, sacudir, rir de nervoso, reclamar de angústia e não deixar a peteca cair. Nada é em vão nessa vida... se até a uva passa, essa situação também vai passar (que seja logo)!

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