Entre granito, rio e a modernidade! (Revista Vitae)

Entre granito, rio e a modernidade! (Revista Vitae)

Posted by Roberta Ortolan - Magic Gourmet on 11.11.21 in dão, enoturismo, mais, mile pinsa romana, porto, restaurantes, revista vitae, turismo, vinhos do dão,

Observação: Escrevi este artigo para a Revista Vitae em novembro de 2021. Por qualquer motivo, em 2023, a revista já não se encontra mais online, então, para não perder o conteúdo e manter meu portfólio (salvo em PDF), postei aqui. Qualquer dúvida, por gentileza, entre em contacto. Boa leitura!

Ah, o Dão!!!

Quando se trata de vinho e comida, eu sou a pessoa mais empolgada que existe porque adoro fazer novas descobertas. O artigo de hoje é justamente para contar a incrível experiência que tive no Porto.

Por ser residente na Região do Douro, norte português, a oferta de vinhos durienses em centros comerciais chega a ser bem maior que a de outras regiões. E na minha opinião, um dos melhores néctares portugueses está na Região do Dão. Por isso, quis aproveitar o sábado que estaria no Porto para apreciar o evento Dão Invicto no WOW – World of Wine.

Reencontrei amigos, produtores e conheci outros novos que me apresentaram verdadeiras delícias engarrafadas, tanto em aromas quanto no paladar (alguns deram vontade de mastigar!).

Mas, Roberta, como assim mastigar o vinho?

É simples. Os vinhos têm várias características visuais, olfativas e gustativas. Quando giramos o copo é para justamente sentirmos os aromas do vinho antes de levá-lo à boca. Esse processo faz com que as moléculas da bebida se quebrem ao entrarem em contato com a porosidade do copo, liberando os aromas. É incrível como podemos sentir várias frutas, compotas, especiarias, etc.

Ao levarmos à boca, sentimos o corpo do vinho através de movimentos que faz com que a bebida entre em contato com todas as nossas papilas gustativas. Dessa maneira, percebemos quando o vinho é mais leve ou mais robusto, encorpado. Há vinho que preenche a boca de tal maneira, que dá vontade de mastigá-lo (e que muitas vezes chama uma bela refeição, mastigando literalmente!).

O evento estava cheio, com provas comentadas e harmonizações. Quero fazer algumas ressalvas sobre quatro vinhos que mais me chamaram a atenção:

• Branco – Quinta Dona Sancha, Vinha da Avarenta 2019. Castas: Cerceal Branco, Malvasia Fina e Bical. Apresenta aromas florais, laranja e mel. Na boca, aveludado, complexidade, frescura, boa acidez e persistência. “Porque os gostos frutados não estão mais confinados ao pomar”.
• Espumante – Palácio Anadia, Conde de Anadia Assemblage Blanc de Noir 2018. Apesar de ser um espumante branco, sua produção é de casta tinta Touriga Nacional com um mix de três colheitas. É sofisticado e complexo, apresentando notas de casca de laranja, marmelo e pães. Na boca é completamente mastigável com excelente acidez e persistência. “Porque as bolhas significam felicidade”.
• Tinto – Quinta de Lemos, Dona Santana 2013. Castas: Jaén, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Alfrocheiro. Apresenta um intenso rubi no visual, notas aromáticas de muitas especiarias e frutos escuros. Na boca, é aveludado, fresco, boa estrutura, encorpado, acidez equilibrada e boa persistência. Estagiou dezoito meses em carvalho francês. É um vinho gastronómico que harmoniza com queijos fortes e carnes vermelhas. “Porque o rubi é mais do que uma ‘jóia’”.
• Rosé – Quinta Dona Sancha 2020. Castas: Touriga Nacional e Tinta Roriz. Apresenta um salmão bem pálido, notas aromáticas de frutos vermelhos e floral (rosas). No gustativo, acidez equilibrada, boa persistência e frescura. É elegante e leve ao mesmo tempo. “Porque há mais rosa que o rosto corado”.

Rota do Dão & Petiscos

De 1 a 30 de novembro acontece a Rota Dão & Petiscos que promove a gastronomia regional e os vinhos do Dão. São mais de 60 restaurantes participantes onde o valor de 4,50 € inclui um copo de vinho do Dão e um petisco. O interessante é o concurso que há por trás do festival: você fotografa o petisco com o vinho e partilha nas redes sociais. Quanto mais “likes” tiver a sua fotografia, maior será o prémio. São três no total.

Clique aqui para ter acesso às informações, ao regulamento do concurso e os restaurantes que participam.

Você sabia…

… que o Dão é considerado como o berço da casta Touriga Nacional?

… que em 1908 foi a segunda região demarcada de vinhos do país e a primeira de vinhos
não licorosos de Portugal?

… que é conhecido como a Borgonha Portuguesa?

Então … agora não tem mais jeito: aconselho a dar aquela escapadinha lá para o Dão, participa do concurso gastronómico e aproveita para conhecer o enoturismo que é simplesmente demais, ou seja: “uau”!!

“Entre o fascínio do granito e a magia da vinha, entre a imponência da montanha e a fragilidade do rio que lhe dá o nome, entre o silêncio da história e a memória que dela guardam os vinhos, nos seus tonéis sem tempo nem idade. Assim é o Dão. Terras de gentes e memórias. Terra de história. Terra-mãe de um vinho que dela herdou a beleza, a magia, o saber, a tradição, que se alongam num sabor que o tempo não dilui.” – Dão Rota dos Vinhos.

WOW – World of Wine

Se você é um apreciador de bons vinhos e boa comida, se é um curioso sobre cultura vínica e gastronómica, aconselho a conhecer o World of Wine. 

Situado no coração da zona histórica de Vila Nova de Gaia, o espaço possui 12
restaurantes (incluindo bares e cafés), escola de vinho e 7 museus temáticos. É um
quarteirão cultural com foco no vinho e na gastronomia:

The Wine Experience (museu sobre a vitivinicultura); Planet Cork (museu da cortiça); Porto Region Across The Ages (museu sobre a história da região do Porto); The Chocolate Story (museu sobre o chocolate); The Bridge Collection (9.000 anos de história contados através de copos); Porto Fashion & Fabric Museum (museu sobre moda e têxteis); Pink Palace Experience (museu sobre o vinho rosé, completamente interativo e com cinco provas à disposição); e Escola de Vinho (eventos sobre vinhos portugueses: provas temáticas, degustações e workshops).

O local é imenso e vale a visita, pois a vista do Porto e do Rio Douro é deslumbrante! A entrada no WOW – World of Wine é gratuita, entretanto para ir aos museus é necessário comprar os ingressos. No site é possível comprar pacote de 2, 3 ou 5 museus à sua escolha. Clique aqui para mais informações.

Gastronomia WOW

É possível ficar indeciso sobre o que comer enquanto estiver visitando o espaço. Veja só:

Bar vínico: oferece os melhores vinhos do mundo no copo e que harmonizam com vários petiscos típicos; Cafés: há os que oferecem brunch, doces tradicionais portugueses, pastelaria francesa, chá das cinco e diversos chocolates; Restaurantes especializados em: carnes galegas e minhotas, peixes e mariscos, comida vegetariana, alta gastronomia, refeições rápidas, comida típica portuguesa e refeições gulosas para partilhar com a família toda.

Fechando o dia com chave de ouro: Mille Pinsa – A pizza ‘uau’!

No final do evento deu aquela vontade de comer uma coisa muito gostosa. Todo mundo há de concordar que pizza é uma das coisas mais gostosas que já inventaram nesse planeta Terra, não é mesmo? E lá fomos nós para uma pizzaria bem próximo ao evento: Mille Pinsa.

É a primeira “Pinseria” Romana no Porto, em Vila Nova de Gaia, a dois passos do Jardim do Morro. O chef é David Mille, um italiano que já trabalhou em várias regiões da Europa, incluindo Madrid, Londres e Munique. É um restaurante familiar e a comunicação é uma mistura espontânea entre italiano, gestos e português.

Mas, Roberta, com tantas opções gastronómicas no World of Wine, por quê ir à pizzaria?

Simples, porque além de estar com uma amiga que queria apresentar-me a pizza de qualquer jeito, sou neta e bisneta de italianos, não nego as minhas origens nunca! 

O restaurante fica numa esquina, é pequeno e possui uma esplanada bem em frente à rua. Como éramos cinco, pedimos duas entradas e duas pizzas. Eu vou ter que ser muito sincera: fui surpreendida em vários sentidos. Primeiro o formato da pizza não é redonda como “manda a tradição”, é retangular ou oval. Segundo, foi a melhor pizza que comi em Portugal desde que cheguei há quatro anos. Não, não é exagero!

Mas o que é a Pinsa Romana?

O que torna a pizza especial é a massa super leve, crocante e macia por dentro. É confeccionada com farinha de arroz, trigo, soja e fermento natural (72 horas de fermentação) e seu modo de preparo é esticar a massa, proporcionando todas essas características e uma excelente digestão. Olha, pedimos os tamanhos maiores e ainda comemos as entradas. Em hipótese nenhuma nos sentimos enfartadas. Incrível!

Por isso, não deixe de ir à Avenida da República, 456 – Vila Nova de Gaia – Porto. Telefone: 221103795.

Não esqueça de me contar como foi a sua experiência. Te espero aqui!

 

Fontes: World of Wine; Comissão Vitivinícola Regional do Dão; Mille Pinsa Romana

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Restaurante Cais da Villa

Restaurante Cais da Villa

Posted by Roberta Ortolan - Magic Gourmet on 27.10.21 in Cais da Villa, gastronomia, guia michelin, magic gourmet, norte português, novas experiências, portugal, restaurantes, vila real,

 

O cais mais chique 'da' Vila...Real. 

Depois de 4 anos morando aqui, sempre tinha ouvido falar sobre esse restaurante, entretanto, a vida de estudante não permitia o investimento financeiro aos comes e bebes do estabelecimento. 

Sim, Vila Real é movida pela Universidade. São mais de 7.000 novos alunos que chegam anualmente para estudarem aqui. Durante a pandemia, virou uma cidade fantasma. Sem praxes e festas acadêmicas, sem agito, sem nada. 

Todavia, eu tenho que admitir, os universitários sacodem tudo e levantam a poeira. Portanto, o público-alvo do Cais da Villa não é voltado para eles.

É realmente um restaurante caro para o interior do Norte de Portugal. Talvez se estivesse em uma cidade mais cosmopolita e turística como Lisboa, Porto, Coimbra ... daria para entender, mas em VR? 

Enfim, eu fui!

O Cais da Villa está situado na estação ferroviária, em um antigo edifício histórico com mais de 100 anos: "Neste espaço de ambiente informal funciona o restaurante à carta, o wine bar com serviço de tapas e bifes, a garrafeira e uma esplanada, para os dias com sol. Desde novembro de 2011. Com o Douro e a gastronomia de região transmonstana como referência".

Enfim, eu fui e estou aqui para ser bem honesta em tudo, porque, claro, eu reparei nos mínimos detalhes. A referência que veio à cabeça foi a dos restaurantes de São Paulo, tipo o Café Journal em Moema, sabe? Ou seja, nem tão chique nem tão simples, clima acolhedor, e com muita ênfase vínica. A diferença entre um e outro é que lá, tem o mundo todo dentro de uma senhora adega e a relação custo x benefício é ótima. Aqui não.

(Agora que me dei conta que nunca escrevi sobre o Café Journal enquanto estava no Brasil!).

O restaurante

É bonito. Eles realmente se preocuparam em manter um ambiente formal ocasional. Como há vários eventos periodicamente, o seu interior se adapta facilmente com todos os temas que quiserem abordar, por exemplo: Dia dos Namorados, Halloween, Natal, Ano Novo, workshops, etc. Espia:

 

A diferença entre almoço e jantar...

...está no preço, no cardápio e no empratamento. O jantar, igualmente aos almoços nos feriados e finais de semana, é "a la carte" e os pratos são bem diferentes dos que são servidos nos almoços executivos.

O almoço durante a semana é executivo, ou seja, bem mais simples e inclui entrada, prato principal, sobremesa e água por um único preço. Café e qualquer outra bebida são cobradas à parte. É claro que se você quiser pedir outro prato do cardápio, será cobrado o valor normal. 

Em relação às alergias e intolerâncias alimentares, o menu apresenta ícones que indicam a composição dos pratos, como lactose, glúten, soja e etc. 

A minha experiência foi num almoço em plena sexta-feira e, já pensando em escrevê-la aqui no MG, baixei o menu executivo (que por causa da pandemia você tem acesso através de um QRCode em seu próprio smartphone). São 3 opções e você escolhe uma de cada. Esse menu muda semanalmente, vamos à ele:

• Entrada: Creme de legumes, Salada mista, Sopa de cenoura e funcho e Cogumelos paris recheados.
• Prato principal: Peixe: Petinga frita com arroz de tomate, Filete de pescada escalfado em crosta de legumes salteados e cake de batata; ou Carne: Caril de frango com arroz de citrinos, Ragout maronês com puré de batata; ou Vegetariano: Caril de legumes com arroz de citrinos, Ragout de legumes com cake de batata.
• Sobremesa: Folhado russo, Gratinado de frutas, Fruta laminada.

Eu vou deixar o benefício da dúvida para quando eu voltar para jantar. Assim, quem sabe Revelo o Feiticeiro ao fazê-lo - é uma promessa e venho atualizar esse post - mesmo porque o restaurante está no Guia Michelin com a distinção "El plato Michelin" de 2021 e creio que essa menção não se deve ao almoço executivo, certamente. 

 

Maaaassss, por enquanto, vamos aos pratos:

Quebrando o Feitiço:

• Atendimento: Para início de conversa, estávamos em 5 pessoas. Só que uma delas se atrasou e enquanto não chegava, a única coisa a ser servida foi água. Até perguntamos se, enquanto esperávamos, não poderia vir o couvert. A resposta: logo traremos... e não trouxe! Só fomos servidos do couvert quando a pessoa chegou 20 minutos depois! Durante esse tempo, olhávamos para os funcionários e fomos completamente esquecidos. Apenas molhando o bico com água. Achei um descaso. Só por isso, não gostei. Um ou outro ali até se esforçou durante a refeição, mas com o gabarito e a menção do bonequinho do pneu, o atendimento deveria ser bem melhor.

• Tempo de espera: Não teve, sentamos assim que chegamos. Para comer o couvert tivemos que esperar. Entre o couvert e as entradas, demorou mais uns 15 minutos. Depois parei de contar o tempo. Era um aniversário e não queria me estressar.
  

• Comida: Quero dividir em 4 partes do menu executivo, pois eu provei todos os pratos para exprimir a própria opinião:
  

1. O couvert consistia em: pães típicos transmontanos, um potinho de azeitonas e dois de azeite (a pergunta que não quer calar: isso não poderia ter sido servido antes?). 
2. Entrada: Sopa de cenoura e funcho: um creme batido, nada mais do que isso. Bom, mas nada de arrancar suspiros. Sopa comemos em casa, mas como aqui em Portugal é muito comum tomar sopa às refeições, creio que poderiam "inventar" algo diferente, o que normalmente não se faz em casa (deixo uns exemplos antes de finalizar o post)*; e os Cogumelos Paris recheados: algumas folhinhas verdes entre 2 cogumelos e um molhinho de ervas. Honestamente, não sei como conseguiram rechear 2 cogumelos daquele tamanho, talvez com uma pinça (ai, Roberta, que exagero!), não é não, há cogumelos maiores no mercado, e eu sei porque eu também faço cogumelos recheados em casa. Estava bom, mas saborearíamos melhor se fossem maiores!
   
3. Prato principal: fiquei curiosa para saber como era o caril de frango, porque usamos muito esse condimento na cozinha de casa, entretanto como não gosto de osso e o prato não vinha com peito, optei pela opção vegetariana (sou fresca sim, e daí?). O frango que foi pedido por outra pessoa consistia em asa, coxa (e acho que uma sobrecoxa), entretanto o aspecto não me agradou, porque parecia anêmico (ainda mais que o molho de caril é amarelado então, não se comia com os olhos). Já o meu prato de legumes com o mesmo molho, mais parecia uma sopa, muito líquido com pedaços de curgete (abobrinha) e berinjela. O citrinos do arroz nem conseguimos sentir porque a picância do caril sobressaía em demasiado. Errei no pedido! O ragout maronês estava mais para acompanhamento de uma massa ou arroz do que para o purê de batata. Tudo muito "molhado", se é que me entende, pois quando terminaram, ainda havia o molho da carne no prato. O sabor estava bom, mas faltou alguma coisa para dar aquele "tchans" (se é que me entende)². O filé de pescada, na minha opinião, foi o que se sobressaiu entre todos os nossos pedidos. Leve, bem temperado, a cake de batata era crocante e a crosta de legumes deu o "tchans" no prato - só não entendi aquela espuminha... (e essa foi a escolha da amiga atrasada... risos!).
4. Sobremesa: 3 de nós pediram o folhado russo: pensa num bolo de massa folhada com recheio de creme amarelinho, conhecido como creme russo, que vai gelatina para ficar uma consistência mais firme (no Brasil seria o doce conhecido como 1000 folhas). Sinceramente? O empratamento estava bem apresentado, realmente se comia com os olhos (o que cria uma certa expectativa), mas o sabor, sem gracinha! Pedi o gratinado de frutas. Eu levei a sobremesa à boca com o maior cuidado achando que estivesse quente, afinal, dizia gratinado... mas, não. Foi servido em temperatura ambiente e por cima do gratinado, um tipo granola ou muesli. Creio que se estivesse "quente" seria melhor saboreado. Por falta de opção para quem é intolerante à lactose, a pessoa não teve escolha a não ser pedir a fruta laminada. O ananás (abacaxi para os "Zucas") estava doce, mas, creio que por uma questão de apresentação, eliminaram o miolo (a parte que a pessoa mais gostava).     
   

• Ambiente: é bonito, bem decorado e intimista. 
  

• Reserva: somente com reserva por causa da pandemia.
  

• Relação custo x benefício: Honestamente: mais ou menos, mais para menos do que para mais, pois de tanto falarem sobre o restaurante, a realidade não correspondeu com a expectativa. O menu pode ser executivo, mas faça jus ao peso que o nome Cais da Villa carrega. Deixou a desejar na apresentação, no sabor e no atendimento. Almoço executivo: € 12,50. Geralmente em outros locais em VR, no mesmo esquema de entrada, prato principal e sobremesa, fica por volta dos € 8 com o vinho da casa, água e café. O copo de vinho € 2,50, não bebemos porque nossos amigos são produtores e levaram sua última criação, mas é só para ter uma ideia do valor tanto para branco, tinto ou rosé. O café € 1,50. Essa brincadeira sairia € 33 para 2 pessoas, se tivéssemos bebido o copo de vinho da casa. Num jantar normal, seria, no mínimo, uns € 40 por pessoa, dependendo do prato e da bebida, entretanto, como disse anteriormente, darei o benefício da dúvida indo jantar e mudar de opinião.  
  

• Estacionamento: no próprio local.

* Sugestões para sopas/cremes:

De pepino, de aveia, de batata doce, de milho, beterraba (há quem não goste, mas a cor é linda! Eu adoro!!), aspargos com queijo de cabra, Sopa thai de camarão, Sopa de lentilha com limão, Creme de mandioca com cream cheese, de cogumelos, de alho francês (alho poró), de cebola gratinada, de grão de bico...  

Olha, essa foi a minha opinião e experiência da 1ª vez no estabelecimento. Tenho conhecidos que disseram que tudo estava delicioso, impecável. Se você for um um cliente do Cais da Villa, deixe seu comentário, por favor, e descreva como foi a sua experiência.

 

O Cais da Villa fica à Rua Monsenhor Jerónimo do Amaral, 6 (Estação de Comboios Vila Real - lado direito) - Vila Real, Portugal. Telefones: (+351) 259 351 209 e 960 377 268.

 

Até breve!!

Fontes: Guia Michelin e Cais da Villa.

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Restaurante Tia Alice - Fátima, Portugal

Restaurante Tia Alice - Fátima, Portugal

Posted by Roberta Ortolan - Magic Gourmet on 20.9.18 in alquimia, bacalhau, comida, comidaportuguesa, fatima, gastronomia, jornalismo, magicgourmet, restaurantes, tiaalice,

Tradição em cada garfada!

Antes de escrever sobre o restaurante e a famosa Alice, preciso agradecer imensamente pela atenção de seu filho, Antonio Marto, que me passou todas as informações com tanto carinho e tão prontamente, que faltam palavras para expressar minha gratidão. E Portugal é assim: um povo que adora mostrar o que tem de melhor em sua tradição, cultura e lazer.

Depois de termos ido ao Santuário em Fátima, a parada obrigatória para comer é aqui. A vivenda simples onde Maria Alice Marto, carinhosamente chamada por Tia Alice, morava com a família se tornou o restaurante que é hoje. 

 

Comida típica portuguesa, a cozinha desse lugar é imensuravelmente divina. Acredito que por ser uma Marto, afinal seu bisavô era tio dos pastorinhos, Jacinta e Francisco, tenha recebido o dom da arte culinária para encantar os paladares dos turistas que chegam à Fátima dos quatro cantos do mundo.

Uma turma de 42 brasileiros foi devidamente acomodada em uma charmosa sala com paredes em pedras, que antes de se tornar restaurante, era o estábulo utilizado como arrecadação das alfaias agrícolas. 

 

Tia Alice

Mas antes de falar sobre o restaurante, Antonio me passou a biografia da mãe e de acordo com as próprias palavras: "auto didata e praticante da cozinha tradicional portuguesa"*. 

 

Ele disse que, desde menina, tudo o que a mãe fazia, era anotado e depois posto em prática na cozinha. Ela se casou, foi morar em Moçambique e levou consigo esse hábito de anotar e praticar, recheando cada vez mais as folhas do caderno com receitas. 

 

O ato de cozinhar era uma coisa que estava na sua rotina, sua comida era tão boa, que ao voltar para Portugal, os filhos e sobrinhos incentivaram Alice a cozinhar para fora e abrir o restaurante - até porque ela queria ajudar no sustento familiar.

"São os cozinhados de uma mãe, cuidadosa na selecção dos produtos, senhora de paladar apurado. Caracteriza-se por uma culinária simplesmente, depurada que sintetiza o bom-gosto, técnica e a sensibilidade. Um enorme respeito pela cozinha tradicional."*

Em 1988, Maria Alice Marto, abriu o Tia Alice na altura de seus 50 anos de idade (um super incentivo, inclusive pra mim com 46, que tem muita vontade de ter um com uma proposta diferenciada .... quem sabe!) e que ainda está super ativa, liderando sua cozinha aos 86 anos.

"Entre varias distinções, prémios, artigos na imprensa, destaco a medalha de prata, mérito turismo, entregue pelo então Ministro Telmo Correia, a 27-09-2004, no casino do Estoril."*

O encontro com Tia Alice

Tive a oportunidade de conversar com a simpática e adorável Maria, funcionária brasileira, paulista, que está há 15 anos trabalhando na cozinha do Tia e enquanto falávamos, ela tirava as espinhas das postas de bacalhau. 

 

Vi em seus olhos a satisfação de trabalhar em um ambiente familiar. De repente, a tão famosa Tia Alice aparece ao meu lado, na própria cozinha. Que coisa mais fofa, mais querida ... lembrou tanto a minha avó... fiquei emocionada pela oportunidade de conhecê-la tão plena e cheia de sabedoria. 

 

Imagine as dicas que essa pessoa não tem para transmitir sobre culinária? No final do almoço, ela foi conversar com a trupe brasileira e tirou foto com cada um, contou sua história e emocionou a todos.

O melhor bacalhau português

No Instagram do MG, em maio, eu postei sobre a minha ida ao Tia Alice e continuo afirmando que foi o melhor bacalhau, original e tradicionalmente português, que provei até agora. 

 

Óbvio que tem várias formas de se preparar um prato de bacalhau, porém o fato de não ter nenhuma espinha, já ganhou 20.000 pontos comigo (porque é desagradável ficar a refeição inteira com o dedo na boca tirando a bendita). 

 

Eu estava completamente descabelada por causa da viagem (dormi no ônibus), ainda a visita ao Santuário e à casa dos Pastorinhos (que pode ser conferida no Já fez as Malas?).

Vamos revelar o Feiticeiro?

• Atendimento: Maravilhoso! Restaurante familiar e os filhos trabalham juntos no atendimento ao público. Todos, sem exceção, muito simpáticos, alegres, prestativos e atenciosos. Fazem de tudo pra você voltar e os detalhes são impecáveis! Todos e tudo são apaixonantes!
• Tempo de espera: Quando fomos nossas mesas já estavam reservadas. É bom garantir a sua porque ele é bem concorrido.
• Comida: Oi? O bacalhau tem tempero na medida certa, é gratinado e as postas desmancham na boca. Como foi dito anteriormente, é um prato simples, porém o sabor, é de comer rezando, suspirando e agradecendo por existir pessoas com habilidades de ouro na cozinha. Sobremesa foi o sorvete de creme, calda de chocolate e um biscoitinho pra incrementar e deixar mais crocante. Nada enjoativo, na medida certa. O cardápio oferece outras maravilhas como o arroz de peixe com robalo e tamboril, a açorda de camarão ou de bacalhau, o arroz de pato do campo e a vitela assada em forno a lenha, por exemplo, porém o almoço pra 42 pessoas foi definido quando fizeram as reservas.
• Ambiente: "...simples e natural, como a pedra que aflora do chão e da parede, um misto de rusticidade e elegância, uma cândida harmonia entre o simples e o belo, o ingénuo e o sofisticado (...) ambiente harmonioso, acolhedor, em que os tons de branco e creme dominam."*
• Relação custo x benefício: Essa relação é boa, pois as porções servem duas pessoas perfeitamente e vale cada garfada do início ao fim. Preço médio fica em 30 euros.
• Estacionamento: Na rua.

Ah! Pra quem curte, conheçam o jardim do restaurante, é impecável! A lojinha tem uns mimos bem originais para levar de lembrança (vi um jogo de chá com uma bruxinha na vassoura, pintado à mão e em porcelana, fofo demais.... minha cara!).

 

O carinho da equipe

Para finalizar esse post do Tia Alice, quero deixar registrado os elogios que recebemos por parte do Antonio, que nesse momento também representava a mãmis linda e a equipe de trabalho:

"os Brasileiros são de facto um cliente de muito bom gosto, sensível e que sabem apreciar a autenticidade da cozinha tradicional." *

"A minha mãe fica sempre muito feliz com a presença de clientes na cozinha, sobretudo os Brasileiros pois são os mais queridos no afeto."*

"o mais importante foi ter gostado e ter tido a oportunidade de conhecer a minha mãe." *

Localização

O Restaurante Tia Alice está situado Rua do Adro, 152, Aljustrel, Ourém, Santarém - fone: +351 249531737 

Aproveitem ao máximo e venham aqui me contar tudo! É uma experiência não só gastronômica, é astral também. Bom apetite e até o próximo post com a continuação da viagem. 🍴🎂🍷

*fonte: conversa com Antonio Marto através do messenger, facebook

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A Viúva

A Viúva

Posted by Roberta Ortolan - Magic Gourmet on 29.11.17 in amigos, aviuva, bacalhau, batatafrita, castanhas, comida, cozinha, culinária, gastronomia, gourmet, harmonizacao, jantar, magic, magicgourmet, portugal, portuguese, restaurantes, vilareal, vinhos,

A saga do bacalhau

Olá pessoas! Tudo bem? Hoje eu estou aqui pra falar que a minha saga por bacalhau continua. Saímos pra jantar com nossos amigos/vizinhos e íamos em outro restaurante, mas o mesmo estava fechado no domingo à noite e eles nos levaram a um outro que já tínhamos ouvido falar muito bem.

Fomos ao A Viúva. Aqui como está chegando o inverno, as noites estão ficando bem frias (no domingo 8 da noite fazia 1ºC) e o ambiente estava bem quentinho, acolhedor. Bom, como eu já tinha ouvido falar sobre o bacalhau de lá, não tive outra escolha a não ser esta. Porém, uma única opção no cardápio (ao meu ver, por estarmos em um país onde o bacalhau é o carro chefe, teria que ter, ao menos, três opções).

Carta de vinhos com boas opções e pra harmonizar com o porco e o peixe pedimos um branco (mesmo que o pedido dos nossos amigos tivesse sido carne vermelha, eles toparam beber um branco e depois, tinto).

 Bom, mas vamos para o que interessa (lembrando que são fotos minhas e de internet):

O restaurante estava com um festival gastronômico "Outono à Mesa" e esse foi o pedido do meu marido: Reca D'Aleu - Porto de boas vindas, couvert, o prato Reca D'Aleu (Carne de porco assada acompanhada com batatas, legumes, cogumelos, castanhas, creme de espinafre e geleia - ou doce - de abóbora), bebida, sobremesa e café:

O meu Bacalhau com Broa - bacalhau alourado com camada de broa picada acompanhado de batata ao murro e legumes salteados:

Eles pediram posta de vitela com fritas (estranho ouvir posta quando se trata de carne vermelha, pois no Brasil estamos acostumados a nos referir assim aos pescados), prato básico pra quem não quer errar:

Sobremesa foi a da casa, Delícia Bolacha, com bolacha Maria e um creminho branco. Aqui harmonizou muito melhor com o porto recebido no começo do jantar:

O charme do bauzinho em que vem a conta:

Quebrando o Feitiço e Revelando o Feiticeiro

• Atendimento: Bom. Garçons muito atenciosos e bem humorados, porém, "adoro" quando colocam o bração na minha cara pra entregar um saleiro!! Nos deixaram à vontade do início ao fim. O restaurante também não estava cheio.
• Tempo de espera: Não teve, sentamos assim que chegamos. Os pratos vieram depois de vinte e cinco minutos.
• Comida: Veio um couvert com manteiga, pães, queijos e patês de sardinha e atum. O porco eu provei, muito gostoso, porém chegou frio. O agridoce do porco com a abóbora e castanha dá um contraste bem bacana,  as batatas assadas complementam o prato. Ao contrário do bacalhau da Quinta do Paço (que os legumes eram vagens salteadas e uma posta com mais espinhas que carne), os legumes desse eram pimentões e repolho, o peixe veio com muita carne e nada de espinhas, com azeitonas e bem quentinho! Sem querer comparar, mas já comparando: comi o lombo e não o rabo do bacalhau. Veio meia porção bem mais saborosa que o da Quinta! Quando meu marido escolheu o festival, foi servido um vinho do porto, mas que só foi bebido no final (com a sobremesa) para não influenciar o vinho branco (excelente, elaborado com Antão Vaz, Roupeiro e Perrum, vinho fresco, frutas brancas frescas e caráter cítrico, ideal para acompanhar peixes grelhados e saladas). 
• Ambiente: é bonito, bem decorado, intimista e quentinho.
• Reserva: sim.
• Relação custo x benefício: Mais ou menos, o prato do meu marido veio frio e a expectativa que eu coloquei de tanto me falarem sobre o restaurante e só ter uma opção de bacalhau? Não que não fosse gostoso, mas não foi O bacalhau da minha nova vida portuguesa (por isso que eu disse que a minha saga por bacalhau continua). A carne com as fritas poderiam ser melhores apresentadas e nenhum prato deveria chegar frio à mesa (inadmissível). O festival gastronômico com tudo o que tinha direito, era € 12, a minha meia porção € 9, as carnes € 15, sobremesa € 2,50 (caro!! Pra fazer um creme branco, triturar bolachas Maria e montar numa cumbuca não sai esse valor - eles devem gastar isso pra fazer a compra no mercado e montar várias sobremesas), mais os vinhos e outras bebidas, por casal, ficou por volta de € 29.
• Estacionamento: na rua.

As vezes fico pensando que sou exigente demais ou mal acostumada demais, comparado às várias opções gastronômicas que temos em SP. Talvez lá tenha um público mais exigente porque a cidade respira gastronomia, pra todos os gostos e bolsos. Mas agora "Inês é morta", a minha transformação já ocorreu e não tenho como mudar. Paladar a gente aprimora!

 

A Viuva fica no Largo da Baralha, 5000-261 Vila Real. 

Espero que vocês tenham a oportunidade de conhecer e, pra quem já conhece, por favor comentem. Bom apetite!🍴

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A Companhia

A Companhia

Posted by Roberta Ortolan - Magic Gourmet on 27.11.17 in acompanhia, alho, batatafrita, comida, culinária, diet, fastfood, feiticeiro, funcional, gastronomia, gastronomico, legumes, magicgourmet, nossoshopping, ovos, paes, pracadealimentacao, restaurantes, salada, vilareal,

Praça de alimentação em boa Companhia

Oi pessoal, tudo certo? Pela primeira vez do blog, farei um post sobre um restaurante fast food, da praça de alimentação do Nosso Shopping, em Vila Real. 

 

A praça de alimentação tem algumas opções de comida e sanduíches, mas como eu não dispenso um bom prato de salada, com frutas e alguma proteína, encontrei A Companhia que atende bem ao bolso e é uma refeição mais saudável. Já fui diversas vezes, mas só lembrei de tirar foto duas (as outras foram retiradas da internet).

Eles tem um cardápio variado e montam seu prato na hora e na sua frente: Saladas, Piadinas - tipo de crepe recheado, Sandes - baguetes com vários recheios, Tostas - pães torrados e wraps - aquele pão folha .... todos eles, excluindo a salada, são absurdamente bem recheados e com várias opções.

A foto a seguir é da Piadina: Frango e cogumelos assados, molho pesto, tomate, rúcula, azeite, orégãos, sal e pimenta - acompanha com mini salada (alface,rúcula, tomate cherry e molho à escolha):

Nesta foi a Salada Exótica - Camarão salteado, fusilli, rúcula, tomate cherry, manga, queijo fresco, amêndoa torrada, coentros, molho balsâmico, sal e pimenta:

Continental - Espinafres, alface, rúcula, cogumelos assados, bacon crocante, tomate cherry, ovo, croutons, azeite de rosmaninho, sal e pimenta:

Sandes Queijo Fresco - Alface, tomate, queijo fresco, sal, pimenta, manteiga ou maionese:

Tostas Presunto & Brie - Presunto, queijo brie, rúcula, azeite e orégano:

Wrap de Frango - Pasta de frango, alface, tomate, milho, cenoura e ovo:

 Vamos revelar o Feiticeiro?

• Atendimento: Ótimo! Funcionários muito prestativos e atenciosos. Fazem de tudo pra atender o seu pedido. Trabalham bem humorados e são todos simpáticos!
• Tempo de espera: Tem em horário das refeições - almoço e jantar. Fila gigantesca e demora pra pegar o pedido porque as pessoas deixam pra escolher na hora. E praça de alimentação de shopping é aquela coisa: sempre tem que procurar uma mesa pra sentar, mesmo que eles tenham as próprias mesas, mas estão sempre ocupadas.
• Comida: Bem saudáveis. Saladas com pouco sal e pouco molho, ou seja, nada encharcado. Como eu disse anteriormente, eles misturam proteína, frutas e folhas (e se ainda quiser um carboidrato, pode colocar macarrão): atum, frango, ovos, camarões, manga, abacaxi, amêndoas, champignon .... enfim .... se não tiver algo que não goste, é só pedir pra não colocar. A batata frita eu peço à parte, porque na prática a batata ou a sopa faz parte de outro combo que também acompanha suco de limão com hortelã - delícia! De todas as opções que o shopping oferece é a mais saudável e a batata é ultra sequinha!!
• Ambiente: Bonito, funcional, porém é apertado quando faz aquela fila enorme e atrapalha a passagem das pessoas que vão aos restaurantes próximos. Mas isso não é um problema só deles, é da praça de alimentação toda, pois todos sofrem do mesmo mal.
• Relação custo x benefício: Essa relação é boa, pois praticamente o preço é fixo pra qualquer que seja a sua escolha: 5,95 euros (se não me engano o wrap é mais barato e pra quem é estudante, recebe desconto se pedir os Sandes). Se quiser a batata frita ou a sopa e limonada com hortelã no seu prato, só acrescentar 1,60 euros. Então come-se bem sem precisar se empanturrar com aquelas frituras e bacon gordurosos (e pelo mesmo preço).
• Estacionamento: No próprio shopping, que é estacionamento gratuito.

A Companhia de Vila Real fica no Nosso Shopping e mais outros endereços espalhados em Portugal.

 

 

Espero que tenham curtido e não esqueçam de comentar.
Até mais com novas notícias da "Terrinha" 💖🍴🍍

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Quinta do Paço - Vila Real

Quinta do Paço - Vila Real

Posted by Roberta Ortolan - Magic Gourmet on 10.11.17 in bacalhau, comidaportuguesa, efawine, feitiço, gastronomia, gastronomico, harmonizacao, magicgourmet, portugal, portuguese, quintadopaco, restaurantes, vilareal, vinhos,

Lugar aconchegante e bonito

Uma bela segunda-feira, um casal de amigos brasileiros, em lua de mel, entrou em contato conosco, disse que estava no Douro e que gostaria de nos encontrar para jantar. Aqui é parecido com SP, alguns lugares não abrem às segundas e a nossa saga pra descobrir um bom restaurante, que fosse diferente, algo típico de Vila Real, começou às 7 da noite. A indicação veio por uma pessoa que ouviu a nossa conversa e que, educadamente, entregou o cartão da Quinta do Paço.  

Quinta do Paço

Pesquisando as fotos na internet, sobre o local, encontrei o site do estabelecimento que conta um pouco sobre a sua história:

"... Sem grandes formalismos e muito próximo do que nos é familiar, encontra-se neste espaço uma junção harmoniosa entre o tradicional e o moderno, o rústico e o urbano, a tranquilidade e a animação.

A envolvente do hotel é composta por um magnífico jardim, de onde se deslumbra no horizonte a cidade que o acolhe, a cidade de Vila Real.

Percorrendo a Quinta, para além de um tradicional espigueiro, pequenos lagos, fontes e recantos de leitura, encontra-se, também, árvores de fruto, o vale de nogueiras, o olival e a horta.

Uma piscina exterior proporciona, em pleno Verão escaldante, uma óptima opção de descontracção, sendo as magníficas lareiras tradicionais, com toda a certeza, o local da Quinta mais procurado quando a neve decide fazer uma visita...."

 

E então encontramos nossos amigos e fomos jantar na Quinta do Paço, afinal eu ainda não tinha comido bacalhau na "Terrinha". Dentre as opções eu pedi um bacalhau (com crosta de broa - uma farinha de milho) que veio com batatas ao murro e vagens. Eles pediram uma sopa (estava muito frio) e um tipo de escondidinho de bacalhau (desfiado com purê de batata e gratinado com queijo).

 

 

Quebrando o Feitiço e Revelando o Feiticeiro

• Atendimento: Ótimo. Garçom muito atencioso, prestativo, porém, me senti um pouco desconfortável, parecia que ele tinha pressa em tudo: pra pegar o pedido, pra nos servir, pra retirar a mesa. Tenho que fazer um parênteses que como sommeliére não pude deixar de reparar: o serviço do vinho começou comigo, afinal quem decidiu que seria vinho branco foi eu. Eu experimentei o vinho, dei o ok e a sequencia correta seria as mulheres primeiro e depois os homens, finalizando comigo. Ele fez tudo aleatório: quando eu dei o ok, ele completou a minha taça, serviu meu marido, depois o nosso amigo e por último a esposa dele. Tenho vontade de morrer com essas coisas, pois um restaurante desse porte não pode pecar nesses pormenores e é fato que não recebeu treinamento adequado, pois abriu a garrafa em pé, ao meu lado, sem apoiar na mesa fazendo malabarismo (o que dá margem para acontecer qualquer imprevisto com a garrafa - poderia ter escorregado e caído em cima de mim ou no chão...)
• Tempo de espera: Como eu disse, segunda, sem movimento, estava frio, tinha mesa sobrando. Os pratos vieram rápido.
• Comida: Veio um couvert com manteiga, pães e uma torta caseira. Parece que a sopa estava muito saborosa e o bacalhau que eles escolheram também. Já o nosso.... deixou a desejar. As postas vieram cheias de espinha, certamente não era o lombo do bacalhau e passamos o jantar inteiro tirando espinha da boca. Interessante a crosta de broa, deu uma certa crocância, mas o peixe em si não pegou tempero direito. Tudo super regado no azeite, mas não foi um bacalhau de arrancar suspiros. Me frustrei porque aqui é a terra que mais se come bacalhau e aquele estava mais ou menos (o que fazemos em casa é muito melhor!). Em tempo: a porção serve 2 pessoas, fácil! A harmonização com o vinho estava excelente (caráter cítrico e mineral com estágio em madeira, frutado, longa persistência e grande harmonia), ideal para peixes gordos, bacalhau, mariscos, carnes brancas e queijos.
• Ambiente: é grande, bonito, sofisticado, intimista, quentinho e aconchegante.
• Reserva: sim.
• Relação custo x benefício: Mais ou menos ... eu esperava muito mais em relação à comida. Por casal, ficou por volta de € 25: foi couvert, sopa, 2 pratos principais, vinho e café. Fiquei sabendo que outros restaurantes come-se bacalhau muito melhor e mais em conta. Sabe aquela sensação que você está pagando mais pela etiqueta do que pela roupa? Idem aqui. A sobremesa deixamos pra comer em casa com os pasteis de santa clara da Casa Lapão (que será outro post) harmonizados com Moscatel de Setúbal.
• Estacionamento: no local, gratuito.

A Quinta do Paço fica situado em Arroios - 5000-051 Vila Real

Se tiverem uma opinião diferente da minha, por favor, fiquem à vontade para expressá-la nos comentários, pois como eu disse, é o meu ponto de vista e quanto mais, melhor! Bom apetite! 🐟🍴🍷

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